Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO POR LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL PÓS-PANDEMIA DE COVID-19: ESTUDO TRANSVERSAL
Relatoria:
GUILHERME REIS DE SANTANA SANTOS
Autores:
- Lays Jane Nascimento Dantas
- Ernanes Menezes dos Santos
- David Vinicius dos Santos Santana
- Shirley Verônica Melo Almeida Lima
- Caíque Jordan Nunes Ribeiro
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada potencialmente fatal quando não diagnosticada e tratada em tempo oportuno. Objetivo: Investigar os fatores associados ao óbito por LV no Brasil em 2022. Método: Estudo transversal e analítico que utilizou dados de domínio público do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). O desfecho de interesse foi o óbito (como causa direta ou associada) por LV e as variáveis explicativas foram: sexo, idade, cor da pele, manifestações clínicas (febre, fraqueza, edema, emagrecimento, palidez, esplenomegalia, infecção, hemorragia, hepatomegalia e icterícia) e coinfecção LV-HIV. Realizou-se uma análise descritiva e bivariada por meio do teste de Qui-quadrado de Pearson para seleção das variáveis preditoras. Um modelo de regressão de Poisson foi empregado para estimar as razões de prevalência ajustadas (RPa) e os intervalos de confiança de 95% (IC95%) dos fatores independentemente associados ao óbito por LV. Variáveis com p-valor<0,05 no modelo final foram consideradas estatisticamente significativas. Resultados: Foram incluídos 1.694 casos de LV com adequado registro do desfecho, os quais eram predominantemente homens (1.194; 70,48%), adultos (956; 56,43%) e de cor de pele não branca (1.458; 86,07%). As manifestações clínicas mais prevalentes foram febre (1.363; 80,46%), fraqueza (1.226; 72,37%), emagrecimento (1.016; 65,29%) e esplenomegalia (1.016; 65,29%). Ser idoso esteve associado a uma prevalência 2,63 vezes maior de evoluir para o óbito por LV e a faixa etária adulta apresentou uma prevalência 82% maior desse desfecho. Por outro lado, as faixas etárias <5 anos (RPa: 0,54; IC95%: 0,31-0,96) e de 5 a 19 anos (RPa: 0,35; IC95%: 0,15-0,82) foram consideradas fatores de proteção. Os óbitos por LV foram mais frequentes entre pacientes que manifestaram icterícia (RPa: 1,82; IC95%: 1,41-2,35), hemorragia (RPa: 1,43; IC95%:1,09-1,88), infecção (RPa:1,41; IC95%:1,10-1,81) e edema (RPa:1,35; IC95%:1,04-1,75), enquanto a esplenomegalia esteve relacionada a uma menor prevalência do desfecho (RPa:0,76; IC95%:0,59-0,97). Conclusão: O conhecimento do perfil sociodemográfico e das manifestações clínicas mais prevalentes entre a população que evoluiu para o desfecho fatal pode alertar os profissionais para condutas mais assertivas no manejo da LV para redução da sua letalidade.