Introdução: O câncer de colo de útero apresenta-se como a segunda neoplasia maligna mais comum entre mulheres no mundo e o exame Papanicolau desempenha um papel crucial na identificação precoce dessa doença. Contudo, mulheres pertencentes a comunidades quilombolas enfrentam desafios que podem dificultar sua adesão ao exame preventivo. Os resultados positivos obtidos com esse enfoque podem oferecer importantes insights para melhorar a saúde e bem-estar dessas mulheres e, consequentemente, contribuir para a redução da incidência e impacto do câncer de colo de útero nessa população específica. Objetivo: Relatar as estratégias utilizadas para superar as barreiras e promover a adesão ao exame Papanicolau em uma comunidade quilombola. Metodologia: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência descrito a partir das vivências de uma acadêmica de enfermagem enquanto bolsista de extensão e iniciação científica em comunidades quilombolas de Caxias - MA. Inicialmente realizou-se uma revisão integrativa para identificar as principais barreiras enfrentadas pelas mulheres. Foram conduzidas entrevistas individuais e realizadas atividades educativas em rodas de conversação sobre o câncer de colo de útero e a importância do exame Papanicolau. Houve acompanhamento das participantes, coleta de dados e análise estatística para avaliar os resultados das intervenções. Esta experiência deu-se no período de agosto de 2022 a março de 2023, na comunidade Lavras. Resultados: O presente relato de experiência demostrou que as estratégias adotadas se mostraram eficazes na superação das barreiras e no aumento da adesão ao exame Papanicolau na comunidade quilombola. Houve um significativo aumento na participação das mulheres, resultando em detecção precoce de lesões. Atividades de educação em saúde e a disponibilidade de serviços de saúde na própria comunidade foram fatores-chave para o sucesso. A parceria entre profissionais de saúde e a comunidade fortaleceu a relação e facilitou o acesso aos cuidados. Conclusão: A partir da experiência relatada fica evidente a importância da atuação do agente comunitário de saúde e dos envolvidos na pesquisa para a identificação de fatores que influenciam na recusa da realização do exame e através do trabalho em equipe e da rede de apoio, foi possível garantir uma significativa aceitação, o que é fundamental para o rastreamento do câncer de colo de útero. Além de ser uma oportunidade para a formação profissional de futuros enfermeiros.