A hidradenite supurativa (HS) é uma doença inflamatória crônica da pele que afeta áreas como axilas, virilha e região perineal. Causa nódulos, abscessos e fístulas, afetando, assim, negativamente a qualidade de vida de seus portadores. Enfermeiros podem contribuir para melhorias e inovações no cuidado da HS mediante o auxílio no desenvolvimento de estratégias de cuidado capazes de fomentar o cuidado com as lesões e as repercussões psicossociais, bem como na ampliação do conhecimento sobre a doença por meio da pesquisa científica. Este estudo tem como objetivo caracterizar o screening de depressão de indivíduos que utilizam ao menos um de três tratamentos clássicos para HS: adalimumabe, clindamicina ou rifampicina. Teve-se o National Health and Nutrition Examination Survey como fonte de dados, da qual foi selecionada uma coorte de usuários das alternativas terapêuticas de interesse. Foram extraídas as variáveis: gênero, idade, rastreamento para depressão e autopercepção sobre saúde. Os dados foram transportados para o software Stata v.16. Foram calculadas frequências brutas e percentuais para as variáveis qualitativas e medidas de posição e dispersão para as variáveis quantitativas.Testes de independência, incluindo qui-quadrado e exato de Pearson, foram adotados para identificar associação entre as variáveis analisadas e o tipo de terapêutica em uso (adalimumabe ou clindamicina/rifampicina). Incluíram-se neste estudo 19 participantes, dos quais 6 utilizavam adalimumabe e 11 clindamicina/rifampicina. Enquanto 58,33% dos usuários de clindamicina/rifampicina se sentem tristes, deprimidos ou sem esperança, somente 33,33% dos usuários de adalimumabe se percebem desta maneira. Pessoas em uso de adalimumabe não relataram problemas para dormir, enquanto estes estavam presentes em 66,67% entre quem usa clindamicina/rifampicina (p=0,002). Alterações de apetite estavam presentes em 58,33% dos que utilizam clindamicina/rifampicina e ausentes nos usuários de adalimumabe (p=0,017). A autopercepção sobre a saúde foi majoritariamente boa em ambos os grupos. Este estudo exploratório sugere que o tratamento imunobiológico com adalimumabe está associado a menor presença de elementos associados à depressão. Os resultados são relevantes para fomentar a ampliação do uso desta alternativa terapêutica para a HS, especialmente em suas formas moderada e grave, bem como o monitoramento e a intervenção de enfermagem no que tange à qualidade de vida dos portadores da doença.