Introdução: Mortalidade materna corresponde ao óbito de mulheres em estado gravídico, parturiente, no período de até 42 dois dias após o parto, por causa direta ou indireta ligada a gestação em até 364 dias após o parto. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, todos os dias morrem aproximadamente 830 mulheres no mundo em decorrência da gestação e relacionadas a causas evitáveis, sendo que 99% desses óbitos ocorrem nos países em desenvolvimento. No Brasil, as altas taxas encontradas refletem grave problema de saúde pública, alcançando desigualmente diversas regiões brasileiras. No Piauí a cada 100 mil nascidos vivos, há óbito de 72 mães. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade materna no estado do Piauí no período de 2017 a 2021. Metodologia: Estudo epidemiológico, descritivo-exploratório, retrospectivo, transversal, de abordagem quantitativa, a partir de dados secundários. Como variável dependente, foram utilizados os casos de mortalidade materna disponibilizados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), no período de 2017 a 2021. Resultados: Foram constatadas 217 notificações de óbito materno no período analisado, sendo que a maioria ocorreu em 2021, quando foram notificados 59 óbitos. Em relação aos aspectos sóciodemográficos, predominaram óbitos de mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos, com 93 casos notificados e de cor parda, com 166 notificações. Considerações finais: Fica evidenciada a necessidade do fortalecimento de políticas públicas relacionadas à prevenção da mortalidade materna, uma vez que muitos desses óbitos são por causas evitáveis. Nesse sentido, a equipe de enfermagem deve promover ações de saúde voltadas para melhorar a qualidade do planejamento familiar, pré-natal e assistência ao parto e puerpério.