Introdução: O Brasil é um país com dimensões continentais e nele está localizada a região Amazônica, que corresponde a 58,93% do território nacional, possuindo uma área de 5 milhões de km2. Aqueles que residem na maior floresta tropical do planeta são denominados ribeirinhos, frutos da miscigenação secular entre indígenas, nordestinos, africanos e europeus. Esses indivíduos vivem às margens dos rios, igarapés e lagos, geralmente em pequenas comunidades dispersas na vasta região amazônica e o acesso a elas é feito por via fluvial. Nas áreas mais remotas da floresta amazônica, o acesso aos serviços básicos de saúde é limitado, neste sentido, um dos maiores desafios para o SUS nessas regiões é a fixação de profissionais e repasses financeiros insuficientes para financiar as equipes de saúde. Objetivo: Relatar a experiência da equipe multidisciplinar de profissionais de saúde e acadêmicos da Universidade Federal do Amazonas durante a realização de ação em saúde em comunidade ribeirinha do município de Coari – AM. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência do tipo descritivo oriundo de um projeto social intitulado “Natal Solidário”, que através da realização de diversos minicursos conseguiu arrecadar alimentos para compor cestas básicas a serem doadas na comunidade ribeirinha Vila Lira. Além da atividade solidária, foi realizada uma grande ação de saúde que contou com o apoio de profissionais de saúde da prefeitura local, mestrandos de enfermagem, docentes e discentes dos cursos de enfermagem, nutrição, fisioterapia e medicina, que juntos realizaram os atendimentos preconizados pela Estratégia Saúde da Família, atividades educativas e integração universidade e comunidade. Resultados: Participaram da atividade cerca de 60 pessoas, realizando 232 atendimentos de diversas especialidades, com destaque para imunização, consulta médica, consultas de enfermagem, atendimento nutricional, palestras educativas, procedimentos técnicos, atividades lúdicas com o público infantil, dispensação de medicamentos conforme prescrição médica, entre outros atendimentos. Conclusão: É notório que acentuados índices de desigualdades sociais são enfrentados pela população ribeirinha da Amazônia, são determinantes que impactam a qualidade de vida da população, principalmente no acesso aos serviços de saúde, educação e informação. Esses fatores trazem um alerta as autoridades competentes, principalmente na manutenção e qualificação das políticas públicas de saúde existentes.