Introdução: A Violência Física é uma realidade prevalente da população brasileira e suas consequências vão além do aspecto físico, podendo acarretar uma variedade de desdobramentos. Esta forma de violência é caracterizada pelo uso intencional da força, visando causar lesões, ferimentos, dor ou incapacidade em um indivíduo. Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico de brasileiros vítimas de violência física. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, epidemiológico, a partir de dados secundários obtidos da Pesquisa Nacional de Saúde (2013-2019) realizada pelo Ministério de Saúde e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A população incluída no indicador são pessoas com idade igual ou maior que 18 anos que sofreram violência física nos 12 meses. Para cálculo do indicador, esse quantitativo de indivíduos que sofreram violência física é multiplicado por 100 e dividido pelo total de pessoas com 18 anos ou mais. A análise dos dados ocorreu através de gráficos de barras gerados de acordo com região brasileira, capital, contexto urbano/rural, sexo, faixa etária, etnia, escolaridade e renda per capita. Resultados: Nos 12 meses anteriores à pesquisa, a proporção nacional de indivíduos maiores de 18 anos que sofreram violência física foi de 4,1 (IC= 3,9-4,4), com maior proporção na região Norte (4,7%; IC= 4,1-5,3) e menor proporção na região Sul (3,8%; IC= 3,3-4,4). A capital de destaque nesse cenário é Aracaju (6,8%; IC= 4,3-9,3), bem como esse desfecho é mais prevalente no contexto urbano (4,3%; IC= 4,0-4,6) quando comparado ao contexto rural (3,4%; IC= 2,9-3,9). Quanto às características sociodemográficas das vítimas, a violência física foi mais prevalente em mulheres (4,2%; IC= 3,8-4,6), na faixa etária de 18 a 29 anos (7,7%; IC= 6,9-8,4), autodeclaradas pretas (5,2%; IC= 4,5-6,0), com ensino médio incompleto (6,2%; IC= 5,3-7,1), com renda per capita de até meio salário mínimo (5,8%; IC= 5,3-6,4). Considerações finais: Evidenciou-se que no Brasil a maior proporção de violência física acontece na região norte e a menor proporção na região sul. Mulheres autodeclaradas de cor preta foram os segmentos populacionais mais expostos e devem ser prioritárias nas ações de prevenção. Sugere-se a inclusão dessas questões na agenda de pesquisas, debates públicos e cenário acadêmico a fim de fomentar uma melhora desses indicadores.