Introdução: A população que vive em situação de rua, geralmente, tem em comum a pobreza extrema, vínculos familiares interrompidos ou fragilizados, insegurança, vulnerabilidade, falta do trabalho e ausência de um teto. Neste contexto, as mulheres são ainda mais vulneráveis e propensas a sofrerem violências, decorrente do preconceito, desigualdade de gênero e negligência do poder público. Para mulheres vivenciando o ciclo gravídico-puerperal, as dificuldades são ainda maiores, agregando além das vulnerabilidades por estarem em situação de rua, ainda enfrentam dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Objetivo: Analisar as publicações científicas acerca dos desafios na assistência em saúde de gestantes e puérperas em situação de rua. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando as bases de dados MEDLINE, BDEnf e Scopus. Buscou-se estudos com recorte temporal de 2012 a 2022, nos idiomas português e inglês e selecionados por meio dos indexadores DeCS/MeSH: “pessoas em situação de rua”, "atenção à saúde”, “puerpério” e “gravidez”, conectados pelo operador booleano “AND”. Resultados: Foram rastreados 48 artigos que, após leitura na integra, compôs uma amostra final com 6 estudos. Observou-se, através desta revisão, a existência de inúmeras barreiras que surgem na busca da assistência em saúde obstétrica por parte de mulheres em situação de rua, destacando-se: dificuldade no acolhimento nos serviços de saúde; falta de documentação pessoal das mulheres, dificultando o acesso e cadastro em programas específicos; preconceitos por parte dos profissionais de saúde, fragilizando a criação de vínculos e efetivação dos cuidados. Observou-se ainda que o Consultório na Rua, é o serviço que apresenta melhores resultados assistenciais, realizando atendimento de forma itinerante, independente do lugar onde essas pessoas se encontrem. Conclusão: Apesar dos serviços de saúde pública tentarem melhorar a forma de assistir as necessidades de toda a população, os grupos vulneráveis ainda representam um grande desafio às políticas públicas, aos serviços de saúde e aos profissionais que os compõem. Através desta revisão, observou-se que a assistência à saúde, especificamente obstétrica, ainda é bastante ineficaz, tendo como grandes desafios o preconceito por parte dos profissionais, um acolhimento ineficaz e dificuldades de acessar os serviços ou de obter uma assistência integral e continuada.