INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, acomete os alvéolos pulmonares e representa um grave problema de saúde pública em escala mundial. Evidências mostram que o tabagismo é um fator de risco reconhecido para a TB, aumentando a suscetibilidade à infecção, com efeito negativo para os pulmões, modificando a resposta imunológica do organismo e impedindo o adequado desempenho das células de defesa. OBJETIVO: Analisar as características da tuberculose pulmonar em pacientes tabagistas e não tabagistas em Rondônia, no período de 2018 a 2020. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, analítico, do tipo coorte retrospectiva e abordagem quantitativa, a partir de todos os registros dos casos diagnosticados e notificados de TB pulmonar em Rondônia no SINAN no período de 2018 a 2020. Adotado como critério de inclusão, idade igual ou superior a 18 anos, e como exclusão, aqueles que residiam em outros estados. Foi constituído dois grupos - expostos (tabagistas) e não expostos (não tabagistas), a fim de compreender os desfechos destes casos. A análise estatística descritiva e risco relativo, com seus respectivos intervalos de confiança, foram realizados no software EpiInfo, versão 7.2.5.0, após atender os preceitos éticos. RESULTADOS: Dos 2.122 casos notificados em Rondônia, foram excluídos 92 por serem menor do que 18 anos, 15 por residirem em outros estados, 118 por não apresentarem ignorado ou em branco o registro sobre ser tabagista (ou não) e sete casos por apresentarem em branco a situação de encerramento. Totalizando 440 casos tabagistas e 1450 não tabagistas. Em relação a situação de encerramento, identificou-se evidências de que as pessoas com TB com agravo associado ao tabagismo têm 63 vezes (IC95%: 0,53-0,75) mais risco de abandono do tratamento quando comparado com os não tabagistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante dos achados encontrados, é possível refletir que o tabagismo se constitui como um dos fatores que fragilizam o tratamento da TB e, consequentemente, em desfechos desfavoráveis. Neste sentido, torna-se essencial a atuação das unidades da Atenção Primária à Saúde na efetivação das estratégias do Programa Nacional de Controle ao Tabagismo (PNCT) por meio, inclusive, dos grupos operativos, visando o acompanhamento qualificado e integral, dando ênfase no apoio para a promoção da saúde, controle do tabagismo e prevenção do abandono ao tratamento da TB para os casos infectados.