Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
INFLUÊNCIA DO ESPECTRO POLÍTICO NA COBERTURA VACINAL CONTRA A FEBRE AMARELA NO BRASIL
Relatoria:
Tamara da Silva Almeida
Autores:
- Rodrigo Pinheiro Fernandes de Queiroga
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: Observa-se no Brasil o fenômeno da hesitação vacinal, definido como um atraso em aceitar ou recusar vacinas e que está relacionado a influências históricas, políticas, individuais, socioculturais, midiáticas e, especialmente, de líderes acerca dos benefícios das vacinas. A febre amarela é uma doença viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao homem por meio da picada de mosquitos infectados. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença, sendo ofertada pelo SUS. Objetivo: Analisar a associação entre o perfil do eleitorado brasileiro e a cobertura e alcance da meta vacinal contra a Febre Amarela. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico realizado no Brasil entre os anos 2019 e 2022. Foram coletados dados sobre a cobertura vacinal contra a Febre Amarela no SINAN. Os municípios foram divididos entre esquerda e direita, considerando o percentual de votos em cada candidato no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, com dados obtidos no TSE. As diferenças observadas nas médias da cobertura vacinal entre os municípios foram testadas com a utilização do teste de Mann-Whitney. Os dados sobre a cobertura vacinal também foram categorizados entre municípios que atingiram e não atingiram a meta preconizada de 95% e foram testados com a utilização do teste Qui quadrado. Os testes foram realizados considerando um nível de significância de 5%. Resultados: Ao analisar o período como um todo (2019-2022), os municípios de esquerda atingiram uma cobertura vacinal 24% inferior aos municípios de direita. Contudo, ao analisar os anos extremos, observa-se, em 2019, que os municípios de esquerda obtiveram uma cobertura 34% menor e que esta reduz para 10% em 2022. Nesse período, os municípios de esquerda aumentaram a cobertura em 13,4%, enquanto os de direita exibiram uma queda de 7,87%. Quando se analisa os municípios que atingiram a meta de cobertura vacinal, observa-se, em 2019, um valor 38% inferior do número de municípios de esquerda que alcançaram a meta; em 2022, esse valor diminui para 12%, resultado da queda de alcance de meta de 2,14% para os municípios de esquerda e 11,92% para os de direita entre 2019 e 2022. Considerações finais: Municípios de direita apresentaram maior média e alcance da meta de cobertura vacinal, no entanto, entre 2019 e 2022 sofreram maior influência da hesitação vacinal, apresentando maior queda desses indicadores, o que pode influenciar no controle da morbimortalidade da Febre Amarela.