Introdução: O Transplante de Medula Óssea (TMO) é um tratamento proposto para tratar doenças que afetam a produção normal dos elementos figurados do sangue e consiste em injetar células-tronco hematopoiéticas saudáveis por via intravenosa. Esse recurso terapêutico é usado a fim de restabelecer a função medular dos pacientes com medula óssea danificada ou defeituosa, buscando a promoção da qualidade de vida de indivíduos acometidos por doenças autoimunes e neoplasias hematológicas malignas. Nos últimos anos, as estatísticas desse procedimento cirúrgico apresentaram oscilações anuais, as quais podem ser atribuídas, em parte, ao contexto social da época. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos transplantes de medula óssea realizados em Fortaleza, no Ceará, entre os anos de 2018 e 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo. A pesquisa analisou dados secundários extraídos da plataforma do IntegraSUS referentes aos anos de 2018 a 2022. As informações encontradas foram tabuladas e consolidadas utilizando o programa Microsoft Office Excel 365. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, diagnóstico clínico do receptor e local de realização do transplante. Resultados: Foram notificados 574 procedimentos de TMO em Fortaleza no período mencionado, sendo a média anual de 114 casos. A maior frequência de casos foi registrada no ano de 2021 (n=133) e a menor ocorrência em 2020 (n=88), queda significativa que pode ser atribuída à pandemia de Covid-2019 e à sobrecarga do sistema de saúde. A maioria dos receptores tinha entre 51 e 60 anos, aproximadamente 29,1% (n=167), e o sexo com maior notificação foi o masculino, com 53,13% (n=305). O diagnóstico de maior prevalência entre os receptores transplantados foi Mieloma Múltiplo, correspondente a 41,63% (n=239) dos diagnósticos e a instituição hospitalar que mais sediou o procedimento foi o Hospital Universitário Walter Cantídio, equivalente a 59,58% (n=342) do total de transplantes. Conclusão: Observou-se que não houve estabilidade na quantidade anual de doações efetivas de medula óssea, haja vista a diferença de 45 casos entre 2 anos estudados. Além disso, a população mais afetada são indivíduos adultos na faixa etária dos 50 anos de idade, sobretudo, homens diagnosticados com Mieloma Múltiplo. Este estudo teve grande relevância, uma vez que permite criar estratégias de fomento ao Transplante de Medula Óssea (TMO), frente às mudanças do cenário social nos últimos cinco anos no Ceará.