Introdução: O abortamento consiste na interrupção da gravidez antes de 22 semanas, ou quando o produto da concepção possui peso inferior a 500g. Dessa forma, quando esse contexto ocorre na vida de uma mulher que possui expectativas quanto ao nascimento do seu filho, esta experimenta fragilidades, tanto no que concerne a questão fisiológica, quanto psicológica, especialmente, quando não se espera que tal circunstância ocorra. O abortamento surge na esfera social como um tema polêmico, e está associado a invisibilidade que os profissionais de saúde denotam ao assunto, em virtude de valores morais ou religiosos, que consequentemente geram uma série de impasses na prática assistencial, envolvendo o dever ético profissional, o bem-estar e direito das mulheres. Objetivo: analisar na literatura a prática assistencial do profissional de enfermagem no contexto de abortamento. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada por meio das seguintes bases de dados: BDENF e LILACS, durante o mês de julho de 2023. Os critérios de inclusão foram: estudos que respondessem ao objetivo da pesquisa, disponíveis gratuitamente e terem sido publicados no período de 10 anos, obtendo-se uma amostra final com 5 artigos. Para a pesquisa utilizou-se dos seguintes descritores: “Abortamento”, “Ética Profissional” e “Cuidados de Enfermagem”. Resultados: Estudos demonstram que há impacto significativo para as mulheres no contexto de abortamento, em virtude do despreparo dos profissionais de enfermagem, visto que o déficit acerca da temática contribui para uma assistência inadequada, situação refletida desde a formação, quando na graduação essa temática não é abordada devidamente nas suas diversas interfaces durante as aulas. Ressalta-se os desafios no cuidado assistencial, especialmente, relacionado às pautas que envolvem critérios morais, religiosos, pessoais e desumanos para com as mulheres que estão em processo de abortamento. Vale destacar que os profissionais necessitam ser capacitados e empáticos para ofertar uma assistência holística e adequada, principalmente pela necessidade de acolhimento e segurança, para que as mulheres enfrentem essa fase complexa. Considerações finais: Torna-se necessário uma assistência de enfermagem baseada nos princípios éticos e holísticos, visualizando a mulher em sua totalidade, acolhendo-a de forma íntegra e ofertando uma assistência rica em informação, cuidado, segurança e base científica.