O transplante e doação de órgãos, na maioria das vezes, é a única perspectiva de cura para usuários com insuficiência funcional terminal. Entretanto, este processo envolve situações complexas que se configura objeto de estudo interdisciplinar no campo da bioética, considerando a experiência do doador, receptor e dos profissionais de saúde, no sentido de investigar as condutas que envolvem a integridade vital e a moral dos envolvidos. O objetivo deste estudo é refletir sobre a assistência de enfermagem e a importância da doação e transplante de órgãos, à luz dos princípios bioéticos. Trata-se de um estudo teórico-reflexivo, de abordagem qualitativa, do tipo pesquisa bibliográfica, a partir da leitura de artigos científicos que embasam teoricamente a temática. Este estudo foi oriundo da vivência no Componente Curricular Ética e Enfermagem, Curso de Enfermagem, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN. Os achados dessa pesquisa demonstram a complexidade que envolve a prática de doação e transplante de órgãos e as adversidades decorrentes, incluindo fatores que dificultam a sua realização, nos quais estão, a religião, cultura, fatores emocionais e desconhecimento da população. Existem situações nas quais a doação de determinados segmentos do corpo torna-se possível, tanto em vida, como em casos de morte encefálica ou parada cardíaca. Dessa forma, no que concerne à assistência de enfermagem, cabe a reflexão sobre os princípios da bioética como a dignidade humana e a manutenção da vida, a qual direciona seu campo de discussão para a integridade física, moral e de saúde como princípios básicos. A enfermagem compreendida como categoria essencial no cuidado de saúde, presente antes, durante e após assistência, nas situações de transplante de órgãos, encontra empecilhos que dificultam sua participação qualificada, como exemplo, o desconhecimento e a confiabilidade legal da doação e transplantes de órgãos no âmbito do sistema de saúde. Portanto, evidencia-se que o processo de doação e transplante de órgãos é complexo e perpassa por diversas etapas. Ao refletir sobre a prática de enfermagem, temos dificuldades na desestimulação pessoal e profissional, além dos usuários que estão aptos a doar, porém, sofrem por falta de orientação. Assim, verifica-se a importância dos enfermeiros adquirirem conhecimentos sobre a doação e transplantes de órgãos, com ênfase no processo formativo e nos cuidados técnicos humanizados para exercer os cuidados de enfermagem.