Introdução: a Organização Mundial da Saúde define as patologias crônicas como doenças com desenvolvimento lento e com longa duração, podendo acompanhar a pessoa durante a vida. No Brasil, essas doenças estão relacionadas a 72% das causas de morte. Neste contexto, as Redes de Atenção à Saúde são fundamentais para a coordenação e a integração dos serviços e ações de Saúde, assim como para a integralidade e a qualidade do cuidado à saúde. Objetivos: apresentar o cenário das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis e fatores de risco associados nas três Regiões de Saúde do Estado do Amapá. Metodologia: pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários do sistema de informação e-SUS/e-Gestor dos 16 municípios do Estado do Amapá. Resultados: o Amapá com suas três regiões de saúde (norte, central e sudoeste) segue a tendência mundial e nacional quanto ao cenário DCNT de acordo com os usuários cadastrados e acompanhados pela Atenção Primária em Saúde, sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica (52.757 usuários) e o Diabetes Mellitus (19.110 usuários) as patologias com maior prevalência, bem como o excesso de peso (22.713 usuários) e o tabagismo (15.316 usuários) como fatores de risco associados. Este cenário reflete o estilo de vida da população amapaense, sugerindo que as práticas alimentares são inadequadas com consumo elevado de carboidratos, produtos industrializados e ultraprocessados, embutidos e enlatados, principalmente por populações em áreas de difícil acesso, como as ribeirinhas, somado ainda à inatividade física, fatores hereditários, estresse, e ainda à fragilidades no acompanhamento do usuário na Atenção Primária à Saúde e na Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas Não-Transmissíveis no que diz respeito aos componentes de apoio-diagnóstico, apoio-logístico, assistência farmacêutica e governança. Conclusão: o fortalecimento da Rede com vistas à adesão, vinculação e retenção destes usuários a partir de um caminho clínico bem estabelecido na APS, principalmente no que tange aos componentes supracitados caracterizam-se como estratégias potentes para mudança do cenário atual e melhoria dos indicadores de saúde.