No território brasileiro, entre os principais cânceres que acometem a população feminina, está o câncer de colo uterino, sendo o terceiro com maior incidência no país. Uma forma de reduzir a letalidade do câncer é o diagnóstico precoce, sendo o exame padrão ouro, o Papanicolau. Porém, para isso, faz-se necessário a adesão e procura por parte da população-alvo a esse serviço. Tendo em vista a Política para a Saúde da População Negra, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura, a fim de identificar se há uma relação direta entre o fato da mulher ser negra e a evasão na realização do exame Papanicolau. Após uma Revisão Integrativa, foi formulada a pergunta norteadora: “Há disparidade na busca do exame Papanicolau entre as mulheres de diferentes raças no Brasil?" Foram excluídos artigos que não estavam relacionados com a pergunta norteadora, escritos a mais de 5 anos, duplicados e não disponíveis na língua portuguesa. As bases de dados utilizados foram: LILACS, BDENF e MEDLINE, nos quais foram obtidos, respectivamente, 338, 128 e 23 artigos, os quais posteriormente, foram submetidos pelos critérios de inclusão e exclusão, resultando em 10 artigos. Constatou-se portanto, uma maior incidência e mortalidade nas regiões norte e nordeste do Brasil, os quais estão relacionados com fatores socioeconômicos, grau de escolaridade e raça, visto que as mulheres negras com baixo grau de escolaridade, apresentam maior prevalência da doença, quando comparadas com as demais raças. Foi constatado também que uma experiência, resultante de preconceitos raciais durante a realização do Papanicolau entre as mulheres negras, levam às mesmas a deixarem de procurar realizar esse exame. O que implica em um diagnóstico tardio, impactando na mortalidade das mulheres deste grupo racial. Assim, cabe a enfermagem através de ações de educação continuada, sensibilizar a equipe de saúde a não agir de forma apenas tecnicista, mas a enxergar o ser integralmente.