A saúde reprodutiva é um direito humano fundamental que envolve a capacidade das pessoas de desfrutar de uma vida sexual e reprodutiva satisfatória, livre de riscos, doenças e violências. No entanto, esse direito nem sempre é garantido para as populações vulnerabilizadas socialmente, como as mulheres quilombolas, que são descendentes de africanos escravizados que se refugiaram em territórios étnicos e rurais no Brasil. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura,por proporcionar uma síntese dos resultados obtidos através de estudos, organizando-os de modo a definir os resultados acerca de determinada temática. Com isso, utilizou-se de etapas para construção do estudo: Definição da temática e problemática através da estratégia PIco, elaboração dos critérios de inclusão e exclusão para a pesquisa, definição das bases de dados e descritores a serem utilizados, realização das buscas de materiais para a construção do estudo e análise crítica e discussão dos resultados obtidos. Para direcionar a pesquisa, adotou-se como pergunta norteadora: “Qual o papel da enfermagem na assistência e orientação sexual e reprodutivas às mulheres quilombolas?". A população quilombola enfrenta desafios significativos no acesso à saúde, resultando em desigualdades e menor qualidade de cuidados. No caso das mulheres quilombolas, fatores socioeconômicos e culturais contribuem para essas desigualdades, afetando especialmente seus direitos sexuais e reprodutivos. Portanto, ao formular e implementar programas de saúde, é crucial considerar o contexto em que essas mulheres vivem. É fundamental abordar as barreiras que impedem o acesso equitativo aos serviços de saúde, promovendo ações específicas que visem a melhoria da saúde sexual e reprodutiva das mulheres quilombolas. Isso envolve garantir o acesso a serviços de planejamento familiar, informações adequadas sobre saúde sexual e reprodutiva, além de respeitar e valorizar as práticas culturais dessas comunidades. Em conclusão, a abordagem de cuidado cultural da enfermagem frente aos aspectos da saúde reprodutiva de mulheres quilombolas é de extrema importância para garantir uma assistência de qualidade e pertinente a essa população. Reconhecendo as especificidades culturais, históricas e socioeconômicas das mulheres quilombolas rurais, a enfermagem deve buscar ações que promovam a equidade e o respeito aos direitos sexuais e reprodutivos. Para isso, é necessário um enfoque intercultural, que valorize as práticas e crenças.