INTRODUÇÃO: As enfermeiras ao realizarem o cuidado, ficam susceptíveis a vivenciarem dilemas éticos que são caracterizados como situações que geram dúvidas e questionamentos de difícil decisão. Os dilemas éticos relacionados a branquitude pode ocorrer por meio do tratamento diferenciado que é dispensado entre brancos e negros, principalmente diante de mulheres não brancas que se encontram no ciclo gravídico-puerperal. OBJETIVO: Desvelar as vivências de dilemas éticos de enfermeiras diante a branquitude ao cuidar de mulheres no ciclo gravídico-puerperal. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo fenomenológico à luz da fenomenologia de Merleau-Ponty, realizado em hospital especializado em saúde da mulher, localizado numa cidade do interior da Bahia. Contou com a participação de dez enfermeiras que se autodeclararam brancas. A coleta de dados foi realizada em 2022, por meio da entrevista fenomenológica, audiogravadas, mediante assinatura do Termo de Conhecimento Livre e Esclarecido, e para análise dos dados foi utilizado o método da Estrutura do Fenômeno Situado, proposta por Martins e Bicudo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana, parecer nº 2.277.332. RESULTADOS: Foi desvelado que as vivências de dilemas éticos têm ambiguidade, por não vivenciam dilemas associados a raça, por outro viés, é possível perceber que as enfermeiras desvelam situações dilemáticas onde o racismo no cuidado está relacionado, impactando na assistência que mulheres negras recebem, e na forma que elas mesmas os percebem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo desvelou que a vivência de dilemas éticos diante a branquitude é ambígua, vez que tem enfermeiras que não vivenciam, enquanto outras as vivenciam. Considera-se que este estudo tem relevância por desvelar a percepção das enfermeiras frente aos dilemas éticos diante a branquitude ao cuidar de mulheres no ciclo gravídico-puerperal.