INTRODUÇÃO: A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, as mucosas das vias respiratórias superiores e os olhos. Possui uma longa história de estigma e exclusão, causando uma enorme repercussão psicológica, gerada pelas incapacidades físicas. É uma das doenças mais antigas registradas em textos bíblicos e continua sendo uma grave doença infectocontagiosa, responsável pelo surgimento de mais de 200 mil casos anuais, embora seja passível de cura. Desta forma, mantém-se como importante endemia e problema de saúde pública no mundo e no Brasil. OBJETIVO: Comparar os casos notificados de hanseníase no Brasil e no estado do Piauí, no período de 2012 a 2022. MÉTODOS: Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo de análise descritiva, segundo os casos notificados de hanseníase no Brasil e no estado do Piauí, no período de 2012 a 2022. Os dados foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) entre os meses de fevereiro a junho (2023), usando como filtro as seguintes variáveis: faixa etária, escolaridade, raça, município, contato e lesões. Foram importados para o Excel versão 2010, para fins de análise e obtenção dos resultados finais, sendo expressos em valores brutos e percentuais por meio de gráficos e tabelas. RESULTADOS: No período analisado, foram notificados 368.534 casos no Brasil e 12.726 casos no Piauí. Destes, observou-se uma concordância na prevalência para o sexo masculino, na faixa-etária de 50 a 59 anos, (57,05%) no Brasil, (56,15%) no Piauí, raça/cor parada, Brasil (57,95%), Piauí (69,12%), com ensino fundamental incompleto, Brasil (20,26%), Piauí (20,80%). Observa-se também a predominância para a presença de mais de cinco lesões nos pacientes, Brasil (36,61%), Piauí (38,53%). No Piauí o município com maior incidência foi Teresina (33,13%), enquanto no Brasil foi o estado do Maranhão (11,86%). CONCLUSÃO: Conclui-se que o Brasil e o estado do Piauí, apresentam semelhanças no perfil de ocorrência de casos de hanseníase, caracterizado por uma maior incidência em homens, na faixa etária de 50 a 59 anos, com baixa escolaridade e autodeclarados pardos, com mais de cinco lesões. Essas informações são fundamentais para direcionar estratégias de prevenção, controle e tratamento da doença, visando uma redução ainda maior nos casos e na transmissão da hanseníase no país e no estado.