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Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
Características relacionadas à intenção de elaborar diretivas antecipadas de vontade na insuficiência cardíaca
Relatoria:
Camila Takao Lopes
Autores:
  • Beatriz Murata Murakami
  • Vitor Latorre Souza
  • Evelise Helena Fadini Reis Brunori
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Tese
Resumo:
Introdução: As diretivas antecipadas de vontade (DAV) buscam preservar a autonomia dos pacientes fora de possiblidade de cura e permitir morte digna, respeitando valores e crenças, com conforto e cuidados desejados. No entanto, poucos estudos investigaram as características dos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) que se relacionam ao desejo de elaborar as DAV e nenhum estudo brasileiro investiga a intenção de elaboração das DAV nessa população. Objetivo: Identificar características relacionadas à intenção de elaboração das DAV e descrever as prioridades de tratamento de fim de vida para pacientes com IC. Métodos: Estudo transversal, analítico, realizado em ambulatório de São Paulo-SP, de novembro/2021 a abril/2022. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados de 108 pacientes com IC. A qualidade de vida foi avaliada pelo Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire, o conhecimento sobre IC e a intenção de elaborar as DAV foram avaliados por meio de um roteiro. As relações entre as variáveis foram verificadas pelos testes qui-quadrado e Mann-Whitney. Relações com p<0,05 foram consideradas significativas. O projeto foi aprovado por dois comitês de ética em pesquisa. Resultados: Apenas dois pacientes haviam ouvido falar sobre DAV. Após explicações, 90% relataram ter intenção de elaborá-las. A intenção de elaborar as DAV foi significativamente associada ao relato de adesão às recomendações farmacológicas (99% vs 88%, p=0,02), pior qualidade de vida (29,7±18,2 vs 20,9±11,0; p=0,0336), conhecimento percebido sobre IC (89,7% vs 63,6%, p=0,0495) e não desejar que o médico/equipe de saúde decida sobre o tratamento (27,3% vs 2,2, p=0,0026). As prioridades do tratamento no fim de vida incluíram viver o máximo possível (50%), não ser sedado (37,1%) e ficar perto da família e amigos o maior tempo possível (32%). Conclusão: Há características clínicas relacionadas à intenção de elaboração de DAV por pacientes com IC. Estes resultados podem auxiliar as equipes de saúde a identificar pacientes que gostariam de elaborar suas DAV, facilitando a concretização desta intenção. Para os demais pacientes, pode-se realizar intervenções de ativação da intenção, de forma a maximizar as oportunidades de exercício da autonomia. Os resultados também servem como alerta aos profissionais quanto à falta de comunicação sobre as DAV e alimentam o debate sobre as visões profissionais sobre o fim de vida e autonomia dos pacientes na Cardiologia.