Introdução: O surgimento da pandemia da Covid-19 provocou mudanças no cuidado em saúde, mobilizando pesquisadores e profissionais nos possíveis tratamentos, bem como nos aspectos emocionais. Em unidades de terapia intensiva o cuidado é mais tecnológico e duro, considerado uma barreira na dimensão da cura e reabilitação dos pacientes. A ideia de ofertar uma assistência sensível, holística e livre de aparatos eletrônicos foge da perspectiva medicalocêntrica, tendo a religiosidade/espiritualidade como uma estratégia de enfrentamento diante de eventos estressores e com forte mobilização emocional, fornecendo importantes direcionadores para pacientes e profissionais de saúde. Objetivo: Relatar a experiência de profissionais de enfermagem no enfrentamento da Covid-19 por meio do uso da religiosidade/espiritualidade com pacientes em unidades de terapia intensiva de um hospital terciário no Sertão Central Cearense. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, que ocorreu nos meses de março e abril de 2021, em três unidades de terapia intensiva, com 50 profissionais de enfermagem, distribuídos em dois turnos de trabalho no regime de plantão de 12h, além dos pacientes internados que apresentavam capacidade cognitiva preservada, cujo quantitativo variava devido ao quadro clínico da doença. A proposta visionou inserir momentos terapêuticos espirituais, no início dos turnos de trabalho diurno e noturno, utilizando leituras bíblicas, cantos gospel, mensagens de encorajamento, momentos de oração e exposição de testemunhos. Resultados: A espiritualidade é um fator que está presente no cotidiano da vida das pessoas. Utilizar esses momentos terapêuticos para intensificar a recuperação do processo saúde-doença na Covid fortifica a qualidade de vida e saúde dos pacientes, bem como dos profissionais e ajuda a amenizar os sentimentos negativos que prejudicam a melhora das condições clínicas provocadas pela carga da doença, dando maior segurança e aceitação nos momentos difíceis. Considerações Finais: A proposta de utilizar a religiosidade/espiritualidade na unidade de terapia intensiva serviu para desmistificar o ambiente tecnológico de cuidados e promover a utilização de técnicas leves de auxílio terapêutico ao profissional de enfermagem e aos pacientes, colaborando para uma melhor assistência no processo saúde-doença de utentes em cuidados críticos. Dessa forma, o relato de experiência traz uma grande contribuição para as práticas humanizadas do cuidado em enfermagem.