Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
Formação para inserção de profissionais que atuam na crise humanitária que atinge o Território Yanomami
Relatoria:
TARCIANA DA SILVA SUASSUNA
Autores:
- Thayse Mota Alves
- Josivan Soares Alves Júnior
- Renato Oliveira Santos
- Betânia da Mata Ribeiro Gomes
- Débora Regina Alves Raposo
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
INTRODUÇÃO. Grande parte das equipes da saúde acionadas para atuarem na crise humanitária que atinge o Território Indígena Yanomami (TIY), são compostas por não indígenas, dessa forma, destaca-se a importância da realização de formações antes da imersão desses profissionais na saúde indígena, visto que é imprescindível que detenham de conhecimentos sobre o contexto indígena local, adequando o trabalho interdisciplinar. OBJETIVO. Logo, o objetivo deste trabalho é relatar a execução de formações realizadas com equipes não indígenas que atuaram no combate a grave situação de desassistência sanitária vivida no TIY. MÉTODO. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência que foi desenvolvido a partir da participação da 7ª equipe da Força Nacional do SUS (FNSUS) com atuação na Missão Yanomami. RESULTADOS. As formações oferecidas pela FNSUS e ministradas por profissionais do Distrito Sanitário Indígena Yanomami e Ministério da Saúde que atuam na saúde indígena, e abrangeram os seguintes assuntos: Antropologia Yanomami; Doenças diarreicas agudas; Síndrome Gripal e SRAG, COVID19, Tuberculose; Tungíase, Oncocercose e Verminoses; Malária; Avaliação Nutricional; Remoção em área remota; Comunicação em área remota; e Curso AIDPI-Criança. Durante as formações foram debatidas questões como a fisiopatologia, avaliação, diagnóstico e tratamento focados na realidade indígena territorial, assim como foram disponibilizados materiais para a implementação da assistência nas áreas remotas, como o aparelho de ultrassom portátil, o telefone satelital portátil, acesso a plataformas digitais (Malaritrat ®, AIDPI® e Mobissom®) e manuais do Ministério da Saúde. Destaca-se que a pluralidade cultural encontrada faz com que o profissional se adeque a realidade da comunidade que irá atuar, principalmente no TIY que é povoado por cinco subgrupos indígenas distintos, os Yanomami, Ye´kuana, Sanumã, Ninan e Yawari/Xamathari que apresentam diferenças antropológicas, antropométricas, linguísticas e são acometidos pelos agravos e comorbidade de formas peculiares. CONSIDERAÇÕES FINAIS. O enfermeiro precisa apropriar-se da realidade sociossanitária da população que será assistida e a realização de formações com equipes que irão ingressar no TIY é essencial para que executem ações levando em consideração a realidade dos povos indígenas em sua totalidade, fazendo com que competências sejam construídas para sua atuação, garantindo resultados efetivos.