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Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
(IN) SEGURANÇA ALIMENTAR: VIVÊNCIA DA FOME EM TEMPOS DE PANDEMIA ENTRE GESTANTES ADOLESCENTES
Relatoria:
Maria Cauana Conceição Silveira
Autores:
  • Amanda Michele Pimentel Morais
  • Lívia Thainá Souza da Silva
  • Kleynianne Medeiros de Mendonca Costa
  • Maria Tamires Lucas dos Santos
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: A insegurança alimentar é negativamente associada com desfechos desfavoráveis a saúde materna e infantil. OBJETIVO: Descrever a prevalência de insegurança alimentar entre gestantes adolescentes durante o período da pandemia. MÉTODO: Estudo observacional, descritivo que faz parte de uma pesquisa maior denominada “Insegurança alimentar na Gestação, assistência ao parto e desfechos maternos e neonatais”, realizada em setembro de 2021 à janeiro de 2022 em Cruzeiro do Sul, Acre. Os dados foram coletados por meio de entrevista às puérperas em alojamento conjunto, consultas aos prontuários, impressos do pré-natal e declaração de nascidos vivos. A adolescência foi definida como o período entre 10 a 19 anos de idade segundo os padrões da Organização Mundial da Saúde. A insegurança alimentar foi mensurada pela Escala Brasileira de Segurança Alimentar. Os dados foram analisados no programa IBM SPSS Statistics 26 e descritos por meio de estatísticas descritivas com mensuração das frequências absolutas e relativas, medidas de tendencia central (média) e de posição (mínimo e máximo). RESULTADOS: Foram avaliadas 104 adolescentes com idade média de 17,29, (mín.13 e máx.19). A prevalência de insegurança alimentar foi de 71,2% (74), sendo que destas 35,6% (37) eram de classificação leve, 15,4 % (16) moderada e 20,2% (21) grave. Dentre as adolescentes com insegurança alimentar, a maioria (58,1%) tinha até o ensino médio; conviviam com companheiro (70,0%); se autodeclaram não brancas e exerciam ocupação não remunerada (86,5%); não recebiam auxílio governamental (70,3%) e residiam na zona rural (68,9%); 44,6% tinham o companheiro como chefe da família; 63,5% não planejaram a gestação; 14,9% eram multíparas; 55,4% realizaram cesárea; 18,9% realizaram menos de seis consultas pré-natais; 58,1% realizaram a primeira consulta após o primeiro trimestre e 97,3% realizaram em instituição pública; Quanto as vivências durante a pandemia, 50% relataram redução da renda; 28,4% perda de emprego na família; 71,6% reduziram as compras e 43,2% receberam doações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi identificada alta prevalência de insegurança alimentar e chama atenção o elevado percentual de gestantes que conviveram com a fome. Esses resultados ferem o direito humano à alimentação adequada e saudável e demostram a importância de monitorar esse indicador em populações vulneráveis como as gestantes.