Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK) e representa um grave problema de saúde pública no mundo, sendo considerada uma das doenças transmissíveis mais mortais. No Brasil, a tuberculose é um importante problema de saúde pública, com cerca de 80 mil novos casos por ano, ficando assim, entre os 22 países do mundo com maior carga da doença. Pernambuco é um dos estados do Brasil com maiores índices de casos de tuberculose, tendo um histórico de crescimento contínuo da doença. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose em pessoas privadas de liberdade no estado de Pernambuco no período de 2012 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa com dados secundários provenientes dos registros de casos de tuberculose na população privada de liberdade no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, entre os anos de 2012 e 2021. Resultados: O estudo detectou 8.333 pessoas privadas de liberdade com diagnóstico de tuberculose no Estado de Pernambuco. Foi observada uma tendência linear ascendente onde observou-se um aumento médio de 46 novos casos a cada ano. Dentre o quantitativo notificado, 96,5% (n=8.044) eram do sexo masculino, 69,2% (n=5.766) eram da raça parda e a escolaridade de 37,6% foi ignorada (n= 3.133). Observou-se que 69,1% (n=5.755) dos casos eram novos, 95,5% (n=7.961) foram da forma clínica pulmonar e 0,8% (n=63) evoluiram à óbito por tuberculose. Discussão: Entre 2012 e 2021, foi observado elevação no número de casos de tuberculose em pessoas privadas de liberdade no estado de Pernambuco. Esse dado pode estar relacionado ao aumento no número da massa carcerária existente no estado durante os anos em questão. No Brasil, os casos de tuberculose são notificados principalmente nas regiões de periferia ou em áreas de grandes aglomerações. Vale salientar que aquém da situação de moradia, a alimentação torna-se um fator determinante para a infecção, associada também com a ingestão de álcool, tabaco e outras drogas, o que foi evidenciado no estudo. Conclusão: Apesar dos avanços, é necessário empenho dos atores envolvidos para que possamos com isso, atingir patamares melhores no que diz respeito ao processo saúde-doença de toda a população, mas em especial, das populações em situação de vulnerabilidades.