O presente estudo tem como intenção discorrer sobre as atividades e momentos vivenciados por estudantes de enfermagem em suas práticas hospitalares, à luz da teoria do autocuidado de Dorothea Orem. O autocuidado é a prática executada pelos indivíduos em seu próprio benefício para a manutenção da vida e do bem-estar, o mesmo tem por base a meta de ajudar as pessoas a satisfazerem suas próprias exigências terapêuticas (FOSTER E JANSSENS, 2005). Tal fato é viável pois é papel do enfermeiro instruir o paciente diante das suas necessidades, visando que este seja protagonista no cuidado com a sua saúde, no entanto, quando se tem o déficit do autocuidado, a enfermagem atua suprindo essa lacuna (RAIMONDO et al., 2012). Dessa forma, objetiva-se a experiência da aplicação da teoria do autocuidado à realidade da Clínica Cirúrgica do Hospital Universitário Dr. Washington Antônio de Barros, em Petrolina (PE). Para tanto, o processo metodológico adotado é do tipo descritivo e apresenta abordagem qualitativa, a fim de melhor obter os resultados da aplicação da teoria. Vale destacar que a equipe presente no setor concordou com a aplicabilidade do estudo, resultando em melhorias no processo de cuidado.Como resultado, a vivência e experiência hospitalar do grupo, frente à Clínica Cirúrgica, discorreram de forma exitosa, visto que, no bloco em questão grande parte dos usuários esperavam pela intervenção cirúrgica ou já haviam realizado o procedimento, sendo eles ativos no processo do autocuidado. Além de obter um impacto direto na nossa formação como discentes de enfermagem, pois, através dessa experiência, obtivemos a oportunidade de compreender a importância da aplicação de uma teoria embasada na ciência de forma prática. Portanto, à luz do autocuidado, é notória a necessidade da integração do usuário no processo de tratamento, tendo auxílio do profissional da enfermagem durante todo o percurso. Para tal, os enfermeiros devem atuar não somente na parte mecânica dos procedimentos, mas também, no processo de emancipação dos indivíduos tratados, desqualificando a forma de atuação nos serviços pautados apenas na doença, sem preocupação com o doente e a continuidade do serviço (Blanck, 2014). Dito isso, a clínica cirúrgica do hospital universitário em questão caracterizou-se como um local ideal para tal, tendo em vista que são encaminhados indivíduos, em sua maioria, responsivos, ativos no leito e fora dele, com potencial para o cuidado pessoal.