Introdução: os processos comunicacionais efetivos são essenciais no cuidado da criança vítima de queimadura, ou seja, entre a equipe multidisciplinar e o familiar/cuidador responsável pelo paciente, visto que a recuperação após este tipo de injúria, não raramente, é lenta, demandando longos períodos de internação. Quando são conhecidos os fatores facilitadores e os obstáculos a esta comunicação, é possível criar estratégias para melhorar as formas de cuidado, incluindo a família como protagonista neste processo. Objetivo: analisar as potencialidades e as fragilidades vivenciadas por familiares que acompanham crianças internadas por queimaduras acerca da comunicação com a equipe multidisciplinar de um Centro de Tratamento de Queimados. Método: pesquisa qualitativa desenvolvida em um hospital universitário público do Norte do Paraná, Brasil, com 14 familiares de pacientes pediátricos internados há pelo menos sete dias no setor de referência para tratamento de queimaduras. Realizou-se entrevista semiestruturada em profundidade com gravação em áudio e, após transcrição literal, os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo. Resultados: emergiram duas categorias empíricas: 1) Fortalezas comunicacionais, com ênfase na comunicação com linguagem clara e condizente com o grau de entendimento do receptor da mensagem, esclarecimento de dúvidas e respostas às perguntas feitas, sinceridade na comunicação e atualização constante do quadro clínico da criança e 2) Entraves vivenciados no processo de comunicação, com divergências de informações entre os profissionais de saúde e controvérsias no emprego da civilidade durante a comunicação. Considerações finais: os achados possibilitam envidar esforços almejando contribuir com o fortalecimento dos pontos positivos identificados e resolutividade dos nós críticos comunicacionais que permeiam a assistência da criança queimada de modo a inserir a família no processo de cuidar.