INTRODUÇÃO: o suicídio é um grave problema de saúde pública resultante da interação de fatores sociodemográficos, históricos, psicossociais e ambientais. O contexto de pandemia da covid-19 tem apresentado impacto sobre a saúde mental das pessoas, levando ao aumento da angústia, ansiedade e depressão, que associado a outros fatores pode aumentar o risco da morte autoprovocada. Para a Organização Mundial de Saúde, a prevenção ao suicídio deve ser considerada prioridade na saúde pública. OBJETIVO: identificar as ações de prevenção ao suicídio na Atenção Básica (AB) frente ao contexto de pandemia de covid-19. METODOLOGIA: estudo exploratório descritivo, de abordagem qualitativa realizado com 15 enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Este estudo é um recorte da dissertação do Mestrado Profissional em Práticas de Saúde e Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A coleta de dados aconteceu após aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, sob parecer de nº: 4.820.079, a partir de entrevistas individuais semiestruturadas, após o consentimento e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da pesquisa. Foram considerados os aspectos éticos conforme a Resolução n° 466/2012-CNS. Os dados recolhidos foram analisados à luz do método de análise de conteúdo temática conforme Minayo. RESULTADOS: evidenciou-se que diante de uma assistência à saúde mental já fragilizada, algumas ações passaram a ser mais precarizadas em decorrência da pandemia. As ações de educação em saúde voltadas a prevenção ao suicídio tornaram-se restritas a sala de espera, os grupos de atividade coletivas foram suspensos e as consultas de saúde mental se resumiram apenas em renovação de receitas, as vezes sem que o usuário precisasse se deslocar até a unidade de saúde. As ações de prevenção ao suicídio que já são pontuais e restritas ao mês de setembro foram silenciadas em alguns serviços, sendo alegado a sobrecarga de trabalho e dificuldade para a realização de atividades coletivas obedecendo às atuais recomendações sanitárias de prevenção a COVID-19. CONSIDERAÇÕES FINAIS: é relevante que os profissionais atuantes na ESF despertem para o cuidado as pessoas com risco para o suicídio, em especial os grupos populacionais mais vulneráveis, passando a vê-las de forma holística e contribuindo para que tenham uma assistência integral e longitudinal. E que ações de prevenção e posvenção sejam trabalhadas no cotidiano das equipes.