As doenças crônicas são um problema mundial de saúde pública, acometem uma grande proporção de pessoas idosas, ocasionando perda gradativa da qualidade de vida do paciente, levando a alto grau de dependência, maior necessidade de cuidados contínuos e prolongando o sofrimento até o óbito. Nesse sentido, frente a uma fase avançada e irreversível de uma doença crônica ou em uma situação ameaçadora à vida, surgem os Cuidados Paliativos (CP), como medida terapêutica ofertada por uma equipe multiprofissional, para promover alívio de sofrimento multidimensional e melhor qualidade de vida ao paciente e seus familiares. Assim, este estudo teve como objetivo caracterizar pacientes elegíveis para CP assistidos nas unidades de internação de um hospital universitário. Para tanto, realizou-se um estudo descritivo, quantitativo, com pacientes maiores de 60 anos, com diagnóstico de doença crônica, internados em um hospital universitário de uma capital do Nordeste brasileiro. Adotou-se amostra populacional, por conveniência. Utilizou-se um instrumento contemplando variáveis sociodemográficas e clínicas dos pacientes selecionados, além das escalas “Palliative Care Screening Tool” (PCST) e da “Palliative Perfomance Scale” (PPS). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. A média de idade dos participantes foi de 70,70 (±8,08), variando entre 60 a 89 anos; 76,2% eram do sexo feminino; 85,7% não casados; 76,2% morando com familiares; 47,6% internados na Unidade de Terapia Intensiva; 95,2% relataram internações anteriores; 57,1% com diagnóstico de doença crônica (câncer, doença cardíaca, doença pulmonar ou diabetes); 81,0% com comorbidades; 95,2% utilizavam medicamentos de uso contínuo; 76,2% tabagistas e 42,9% etilistas. Utilizando a escala PPS, observou-se que 85,7% dos participantes apresentaram indicativo de CP pelo critério de funcionalidade; ao passo que, pela PCST, 100% dos participantes foram elegíveis para estes cuidados. Observa-se que o estudo mostrou elevado percentual de pacientes com doença crônica, elegíveis para CP, corroborando a relevância da implantação de unidade para este cuidado nas instituições de saúde de atenção especializada.