O processo de envelhecimento pode ocasionar agravos às condições de saúde e doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) que podem impactar a qualidade de vida repercutindo na capacidade funcional e na autonomia. O objetivo foi analisar a presença de DCNTs e a ocorrência de polifarmácia em idosos da cidade de Araras/SP. Estudo multicêntrico, analítico e quantitativo, com 34 idosos, residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) ou frequentadores de centro de convivência. A coleta ocorreu nas instituições por meio de entrevista com aplicação de questionário de condições sociodemográficas e de saúde através do Google Formulário. Os dados foram categorizados em: presença de DCNT - nenhuma; 1; 2 ou mais; uso de medicamentos - sim e não; consumo de medicamentos - 0 a 1; 2; 3 a 4; 5 ou mais. Realizada análise descritiva e inferencial com Qui-quadrado (p<0,05). Aprovação ética sob parecer 4.393.230. A média de idade foi de 76,5 anos, com predominância do sexo feminino (70,6%), cor branca (82,4%) e sem companheiro (79,4%). Eram idosos jovens (29,4%); medianamente idosos (32,4%) e muito idosos (38,2%). Dos entrevistados, 58,8% possuem 2 ou mais DCNTs e 41,2% uma ou nenhuma. O uso de medicamentos ocorre em 97,1% da amostra e 58,8% foram classificados como polimedicados. Em relação a quantidade de medicamentos e DCNT, 5,9% usavam dois medicamentos associados para doença cardiovascular e endócrina, 8,8% usavam de três a quatro medicações para doenças cardiovasculares e 5,9% usavam a mesma quantidade de medicamentos para doenças endócrinas associadas a outras patologias. Em uso de cinco ou mais medicamentos, 20,6% eram para doenças cardiovasculares associadas a outras doenças e 17,6% combinavam medicações cardiovasculares e endócrinas. Quanto à classe farmacêutica, 73,7% faz uso de medicamentos prescritos para doenças cardiovasculares e 41,1% faz uso para doenças endócrinas, respectivamente a losartana potássica e metformina. Houve associação significativa (p=0,04) entre quantidade de medicamentos em uso e DCNT. Conclui-se que a maioria da amostra com DCNT faz uso de medicamentos, havendo uma relação entre a quantidade de DCNT e a ocorrência de polifarmácia, em razão do aumento simultâneo das medicações conforme a maior presença de doenças.