INTRODUÇÃO: A Atenção Primária à Saúde (APS) consiste na principal porta de entrada do SUS, com sua abrangência em todo o território nacional por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF) permite a garantia de um acesso e a distribuição equânime da saúde para a população. Dentre os profissionais da equipe da ESF, encontra-se o enfermeiro (a), ferramenta fundamental para a garantia dos serviços básicos na APS. OBJETIVO: Descrever as práticas do profissional enfermeiro da APS no município de Natal/RN. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo exploratório-descritivo. Foram realizadas 15 entrevistas semiestruturadas, no ano de 2021, para a análise dos dados utilizou-se como método a Análise Temática de Conteúdo de Bardin, com auxílio do software Iramuteq. O presente estudo está de acordo com os preceitos éticos e obteve aprovação com parecer nº 3.619.308. RESULTADOS: Com relação a atuação do enfermeiro surgiram as principais palavras “pré-natal”, “demanda espontânea”, “hipertensos e diabéticos”, “planejamento reprodutivo”, “CeD”, “vacinação” e “grupos”. Na perspectiva das relações interpessoais, tanto com os colegas de trabalho quanto com os usuários, com as palavras “equipe”, “facilidade”, “autonomia” apontam para o discurso que uma boa relação com a equipe torna-se uma facilidade e uma vantagem na APS comparada a outros setores de atuação, vendo a APS como ambiente de maior autonomia, no quesito de interação com a população surgem as palavras “usuarios”, “casa” e “acolhimento” como ponto vantajoso da APS. No contexto dos desafios e limitações surge as palavras “exame”, “médico” e “prescrever/solicitar” que relatam em sua maioria a necessidade do profissional médico para continuidade de um atendimento; na falta de protocolo que assegure sua prática, seja na prescrição de medicamentos, ou na solicitação de exames de imagens. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A atuação da enfermagem na APS encontra-se delineada por desafios de falta da autonomia profissional, escassez de protocolos que assegure sua prática, falta de reconhecimento profissional tanto no que tange a gestão governamental, quanto da própria população. Portanto, destacar o papel imprescindível deste profissional para o funcionamento da APS, torna-se indiscutivelmente necessário, para que possam enxergar a enfermagem como ciência e acompanhar os avanços que o enfermeiro já alcançou na sua dinâmica da atuação profissional, pois as barreiras ainda os prende a “solicitação” de outro profissional.