INTRODUÇÃO: O sono é uma atividade fisiológica do corpo que tem como função a conservação e restauração de energia, essencial para que o indivíduo leve uma vida saudável. Em pacientes com insuficiência cardíaca, os distúrbios de sono prejudicam a adesão de medidas de autocuidado fundamentais para manutenção da estabilidade clínica da doença, aumentando o risco de internações hospitalares indesejáveis. OBJETIVO: Avaliar a qualidade do sono de pacientes com insuficiência cardíaca. METODOLOGIA: Estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado em um hospital universitário na cidade de João Pessoa/PB. A amostra foi composta por 88 pacientes acompanhados em um ambulatório de cardiologia. Foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca, com idade >= 18 anos, independente da etiologia e fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Na coleta de dados, os entrevistados responderam dois instrumentos: 1) Formulário para caracterização sociodemográfica e clínica; 2) Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh para avaliação da qualidade do sono. O segundo instrumento apresenta 19 questões com escore geral de 0-21 pontos. Pontuações >= 5 indicam má qualidade do sono. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva (frequências relativas, média e desvio padrão). RESULTADOS: Participaram 88 pacientes com insuficiência cardíaca, 56,8% residiam no município de João Pessoa/PB, com média de idade de 57,16 (±13,20) anos, 52,30% eram do sexo masculino, com escolaridade média de 6,32 (±4,47) anos, 47,70% pardos, 50% casados, 50% aposentados e 65,90% com renda familiar de um salário-mínimo. Quanto às variáveis clínicas, 70,50% possuíam etiologia não isquêmica, 42% estavam na classe funcional II da New York Heart Association, 31,8% com hipertensão arterial associada à insuficiência cardíaca, 35,1% em uso de betabloqueadores e com média da fração de ejeção do ventrículo esquerdo 36,73% (±17,63). Com relação à qualidade do sono, os participantes apresentaram média de 8,59 (±3,60) com mínimo 1 e o máximo de 16 pontos. 83% foram classificados como maus dormidores e apenas 17% como bons dormidores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir dos resultados obtidos, foi possível avaliar que os participantes apresentam qualidade do sono alterada. Desse modo, torna-se necessário a implementação de estratégias que favoreçam medidas de higiene de sono a fim de evitar desfechos adversos no seguimento desta população.