A Bioética surge no cenário do processo doação/transplante de órgãos como uma peça fundamental, pois baseia-se em indicar os limites e as finalidades das intervenções do homem sobre a vida, identificando a axiologia de referência racional e também denunciar os riscos das possíveis aplicações, utilizando sempre do respeito às diferenças. O foco da Bioética, portanto, é a atenção ao pluralismo e a liberdade responsável. Nessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo propiciar uma reflexão sobre as discussões éticas mais levantadas durante o processo de doação de órgãos, especialmente na modalidade pós-morte, espelhando as situações na perspectiva da enfermagem. Assim, para que o enfermeiro atuante na captação de órgãos consiga realizar suas tarefas de maneira efetiva, é necessário um conhecimento não somente sobre aspectos semiológicos e semiotécnicos, benfeitoria da doação de órgãos ou sobre saber como abordar uma família para solicitação, mas também se necessita de uma reflexão interna sobre seus próprios conceitos sobre morte/morrer, religiosidade e respeito as normas e técnicas que garantam o sucesso do processo, pois se caracteriza como um processo cheio de conflitos existenciais e dilemas morais.