INTRODUÇÃO: Ao longo do processo de trabalho, os enfermeiros têm opiniões de como melhorar a relação com o trabalho, mas nos momentos dolorosos, o cuidado dos enfermeiros não é ouvido. As unidades de saúde, equipes e os próprios enfermeiros precisam enxergar esse profissional como um ente moral e precisam refletir sobre seu trabalho para que seja possível planejar alguma forma de digerir a ansiedade laboral. OBJETIVO: Analisar na literatura a depressão no enfermeiro que lida com mortes diárias. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. A coleta de dados se deu por meio de levantamento das literaturas referentes ao tema no banco de dado da Biblioteca Virtual de Saúde. Foram utilizados os descritores Enfermagem, Depressão e Morte, e feito o cruzamento entre eles com o auxílio do operador booleano AND. Foram encontrados 366 artigos. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos completos, em português, que contemplem a temática nos últimos 5 anos. Foram excluídos artigos incompletos, que não contemple a temática, artigos pagos, fora do período estabelecido, que não estejam disponível no banco de dados e que não estejam em português. Após análise rígida dos conteúdos encontrados na pesquisa, foram utilizados 3 artigos para compor essa revisão. RESULTADOS: Cuidar de quem enfrenta a morte é um desafio especial do paradigma atual. O que antes era uma função familiar passou ser responsabilidade de profissionais de saúde com conhecimento científico e técnico para trabalhar teoricamente com pacientes em risco ou em processo de morte. Os profissionais de saúde são sujeitos integrados em paradigmas político-sociais em que a morte deve ser evitada e vidas devem ser salvas. É daí que se originam as histórias dolorosas desses profissionais no contexto da morte. Com a chegada do coronavírus, estes problemas aumentaram, culminando no aumento do horário de trabalho, falta de equipamentos de proteção individual, recursos materiais e humanos, formação profissional, medo do risco de contágio, entre outros. A evolução da doença, o isolamento social, o afastamento familiar, a desvalorização do trabalho e a dificuldade de lidar diariamente com a morte do paciente foram fatores que colaboraram para o desencadeamento da depressão. CONCLUSÃO: Enfatizar a importância da saúde mental do enfermeiro é essencial e tem o intuito de uma valorização e um olhar diferenciado para esse profissional, que abdica em suma de sua própria saúde mental.