Introdução: O termo ética é definido como o conjunto de princípios utilizados para orientação da conduta dos indivíduos. A porta de entrada para a atenção à criança vítima de violência no Sistema Único de Saúde (SUS) é a unidade de saúde, para casos moderados e hospitalar para casos graves. Nesse contexto, o papel do enfermeiro como parte de uma equipe multidisciplinar de saúde é prestar cuidados individualizados e holísticos, cujo eixo principal é o bem-estar da criança nas condições de vida dos seus familiares e do meio social em que se insere. Objetivo: Descrever, por meio da produção científica, o papel ético do enfermeiro frente a constatação de violência sexual infantil. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa de Literatura (RIL), de caráter qualitativo, descritivo, baseada nos Descritores em Saúde (DeCS), onde foi utilizado o operador booleano AND e as palavras-chave: Abuso Sexual na Infância, criança, Ética, Violência e suas traduções no espanhol e inglês disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed. Os critérios de inclusão adotados consistiam em trabalhos dos últimos 10 anos disponíveis gratuitamente e na íntegra em português, inglês e espanhol e tratar da temática do estudo. Assim, foram exclusos os artigos antigos, fora do eixo da pesquisa, escritos em línguas diferentes das escolhidas, pagos e após leitura de título e resumo. Resultados: Após a realização da busca foram identificados 435 itens, sendo 228 publicados na BVS e 207 na plataforma PubMed. A partir da leitura e aplicação dos critérios de elegibilidade, chegou-se a 8 trabalhos para discussão final. Discussão: A violência contra a criança apresenta-se como um forte estressor relacionado ao processo natural de crescimento e desenvolvimento. Tal fator deve ser identificado e o cuidado deve ser gerido de forma holística pelo enfermeiro, para reconhecer a criança plenamente, a fim de possibilitar medidas efetivas para seu enfrentamento. Fica claro que, a sistematização da conduta do enfermeiro é baseada em instrumentos e protocolos de enfermagem e a continuidade do trabalho integrado. Nesse raciocínio, o estudo mostra que a Portaria da Lei Federal 1.968/2001 respalda a obrigatoriedade da notificação pelos profissionais a fim de sanar tal problema. Conclusão: Fica evidente que o papel do enfermeiro é essencial para no amparo biopsicossocial, o rompimento dos episódios de abuso e prestação de cuidados necessários para a criança vítima de abuso sexual.