Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), objetivando desenvolver atenção integral que impacte positivamente na saúde pública. Assim, o levantamento de dados sociodemográficos contribui no direcionamento de ações de gestão da equipe de uma APS, antecipando medidas capazes de minimizar adoecimentos e fatalidades. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico dos usuários da APS do município de Rondonópolis e fornecer subsídios para as ações de gestão da assistência à saúde nos territórios do município. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo e exploratório. População alvo constituída por usuários da APS de Rondonópolis, MT. Os dados foram coletados de outubro de 2022 a março de 2023, sendo a amostragem por conveniência. Foram incluídas 40 unidades de APS, com 10 usuários de cada. Foi aplicado um questionário estruturado. Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel e analisados através do programa JASP e software R. Foi aplicada a análise descritiva e calculados os valores absolutos e relativos de cada variável. Pesquisa aprovada de acordo com as condições éticas sob o parecer nº 4.418.798 (CAEE 39427420.1.0000.5541). Resultado: Participaram do estudo 400 usuários. A média de idade foi de 42,43 anos, mínimo 18 e máximo 86 anos. Prevaleceu o sexo feminino (70,5%; n=282), cor/raça parda (55,75%, n=223) e casados (41,5%; n=166), com ensino médio completo (38%; n=152), renda familiar de até 1 salário mínimo (39,5%; n=158) e em trabalho formal ou informal (47,25%; n=189). Predomina o número de usuários que não recebem benefício social (70%; n=280) e que não possuem planos de saúde (84,5%; n=338). A maioria reside com 1 a 3 pessoas no mesmo domicílio (59,25%; n=237), usam 2 cômodos para dormir (36,75%; n=147) e tem apenas 1 banheiro (61,75%; n=247). Referente à infraestrutura, sobressai os usuários com acesso à água encanada (98%; n=392) e com esgotamento sanitário (85,5%; n=342). Conclusão: Na amostra dos usuários da APS de Rondonópolis-MT predominam mulheres, jovens, baixa renda e com acesso ao saneamento básico. Diante dos dados analisados, pode-se contribuir para um planejamento adequado da assistência à saúde, visando maior resolubilidade da assistência básica. É fundamental aos gestores dos sistemas de saúde contextualizar-se nos parâmetros de desigualdade social e fragilidade das instituições, compreendendo as repercussões das ações de saúde para a sociedade de forma geral.