INTRODUÇÃO: Agravos em saúde, condições de trabalho e adoecimento psíquico dos policiais penais tem estreita relação com consumo abusivo de álcool e outras drogas na tentativa de minimizar problemas. OBJETIVO: Investigar o histórico atual e pregresso do consumo de álcool e outras drogas por policiais penais do Ceará. METODOLOGIA: Estudo transversal de abordagem quantitativa realizado nas unidades prisionais de todas as macrorregiões do Estado do Ceará entre junho e agosto de 2022. A amostra totalizou 344 policiais penais, dentre 265 homens e 79 mulheres. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se o The Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), que tem o intuito de avaliar o padrão do consumo de substâncias e o risco (baixo à alto) para uso de álcool de outras drogas. Para classificar o histórico como atual, considerou-se o uso nos últimos três meses da substância, independente da frequência ser mensal, semanal ou diariamente. Os dados foram organizados e analisados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) v.23.0. A pesquisa obedeceu aos preceitos éticos da resolução 466/12, sob parecer 3.921.161. RESULTADOS: A bebida alcoólica destacou-se como substância mais utilizada pelos policiais durante a vida, 267 (78%), seguida do tabaco, com 98 (29,1%), e da maconha, com 34 (10,1%). Apesar do quantitativo de utilização de substâncias na vida atual dos policiais ter diminuído consideravelmente em relação à vida pregressa, quando se analisou seu uso corrente, o álcool permaneceu em primeiro lugar, com 218 (63,3%), seguido do tabaco, com 25 (7,5%), e do cigarro eletrônico, o qual foi citado por quatro policiais (1,2%). Em virtude do elevado quantitativo de respostas positivas para o uso do álcool atualmente, verificou-se que 42 (12,2%) policiais tiveram forte desejo de consumir bebida alcoólica na semana ou diariamente. Quando se indagou se havia preocupação do seu uso de álcool por parte de amigos, parentes ou familiares nos últimos três meses, 28 (8,2%) responderam que sim. Ao questionar se alguma vez já tinha tentado controlar, parar ou diminuir o uso do álcool e não conseguiu, 39 (11,5%) relataram que sim e, desses, 21 (6,2%) foi no último mês. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por viverem em um ambiente vulnerável dentro e fora do sistema prisional, percebe-se que o uso do álcool pode ser considerado um problema existente como forma de enfrentamento e sobrevivência dos policiais e, portanto, passível de intervenções.