A taxa de mortalidade infantil é um indicador social importante para mensurar a qualidade dos serviços de saúde, de saneamento básico e de educação de uma cidade, de um país ou de uma região. O estudo objetivou analisar as taxas de mortalidade infantil no Brasil, no período compreendido entre 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico, tendo como unidade de análise as 27 unidades federativas do Brasil, incluindo o Distrito Federal. Foram considerados todos os óbitos registrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foi feita analise descritiva da taxa de mortalidade infantil e dos determinantes sociais da saúde, assim como análise espacial considerando o índice de Moran Global da taxa de mortalidade infantil média e Regressão Linear Múltipla da associação entre a mortalidade infantil e os determinantes sociais da saúde. Os resultados evidenciaram que houve significância estatística entre a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) e os seguintes determinantes sociais: percentual de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola; percentual de crianças que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem ensino fundamental completo e percentual mulheres de 10 a 17 anos que tiveram filhos. Na analise espacial, a região Norte sobretudo no Amapá, identificou-se a maior TMI, cujo estado ocupa a terceira posição em menor número de habitantes. Na regressão, o valor de R2 ajustado foi de 0.825, ou seja, 82,5% das variações da TMI foram associadas aos determinantes sociais da saúde. O valor de Durbin-Watson encontrado foi de 2,135. A porcentagem de pessoas com renda domiciliar per capita menor que meio salário mínimo foi a variável que se destacou por obter maior correlação com a TMI. Por fim, o P valor encontrado foi < 0.000, indicando que todas as variáveis foram significativas e que responderam ao contexto em análise e, cujo intervalo de confiança correspondeu a 95%. Portanto, embora o Brasil tenha tido uma redução significativa na mortalidade infantil nos últimos anos, ainda há muito o que progredir e uma realidade de baixa mortalidade infantil perpassa pela melhoria das condições de vida da população brasileira, com maior acesso ao sistema de saúde, maior acesso a educação e melhor distribuição de renda.