Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
CRENÇAS RELIGIOSAS NO CENÁRIO DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Relatoria:
Gabriela Duarte Albuquerque
Autores:
- Kaylane Gomes Bezerra Silva
- Milton Lucas Pereira dos Santos
- Gabriela de Souza Silva
- Joana Silva Nuvens
- Woneska Rodrigues Pinheiro
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A doação de órgão permite qualidade de vida às pessoas com insuficiência funcional dos órgãos, no entanto, no Brasil a doação proveniente de um doador pós morte, ou seja, que foi diagnosticado com morte encefálica somente é permitida, se houver a autorização familiar. Todavia, a autorização familiar é um dos principais entraves para a efetivação dos transplantes, e dentre as razões para essa decisão, está a religiosidade. Assim, este estudo objetiva identificar crenças religiosas sobre a doação de orgãos. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada em junho de 2023. A busca se deu através das bases Medline, Lilacs, Bdenf, Scopus e Web of Science, utilizando os descritores em ciências da Saúde (DeCs): Doação de órgãos, Religiosidade, Crenças religiosas e MeSH: Organ donation, Religiosity, Religious Beliefs, que foram cruzados com o operador booleano AND, totalizando 616 artigos científicos. Após a filtragem dos estudos, 54 foram lidos na íntegra, onde 39 foram eliminados e 15 selecionados para compor a amostra final deste estudo. Diante da leitura crítica-reflexiva foi possível estabelecer os seguintes achados: diversos estudos apontam que nenhuma religião coíbe de forma absoluta a doação de órgãos, porém, alguns líderes religiosos apresentam desinformação quanto ao assunto. Algumas religiões expressam particularidades, como o judaísmo, onde acreditam que o coração não deve ser retirado por ser um sinal de vida, já na cultura asiática, o corpo precisa estar completo, pois se alguma parte for retirada, a alma se torna amargurada. Outrossim, no budismo, a retirada de um órgão gera dor ao espírito, no taoísmo, há um desequilíbrio entre o corpo e natureza se os órgãos forem retirados. Quanto ao islamismo, o corpo deve ser inviolável, porém, essa lei pode ser renunciada se o motivo for para salvar vidas. Por fim, o cristianismo é uma religião que incentiva a doação, uma vez que considera que o senhor ofertou sua própria vida para salvar os fiéis. Conclui-se que nenhuma religião é contrária à doação de forma absoluta, algumas consideram a mutilação do corpo como violação para a alma que interferirá no destino espiritual, outras consideram um ato de bondade. Contudo, no Brasil não há dados que comprovem a influência cultural/religiosa acerca da doação. Logo, o conhecimento de aspectos que envolvem a religiosidade pode auxiliar o profissional durante a abordagem familiar para o consentimento da doação.