Mundialmente, as cesarianas têm sido responsável por 1 a cada 5 cinco partos. Desde o ano de 1985, a taxa de cesarianas consideradas ideais são entre 10% e 15%, visto que manter-se em torno desta porcentagem está diretamente vinculada a redução da mortalidade materna e neonatal (OMS, 2021). Entretanto, no Brasil, as taxas continuam em ascensão, se configurando por 58,21% das tipologias de parto em 2022. Objetiva-se analisar os índices de cesarianas no estado da Bahia, no período de 2018-2022, bem como a atuação da enfermagem na atenção pré-natal para a redução das taxa. Trata-se de um estudo epidemiológico utilizando dados secundários obtidos através do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr) para comparar o número de nascimentos e partos cesáreos no estado da Bahia no período de 2018 a 2022. Além disso, a Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS) foi utilizada para analisar a relação entre a via de parto e o número de consultas de pré-natal. Para análise dos dados utilizou-se o software Microsoft Excel. Por se tratar de um banco de dados de domínio público, não foi necessária a submissão ao comitê de ética. O número de nascidos vivos na Bahia de 2018 a 2022 foi de 945.471, sendo que 438.660 desses nasceram por cirurgia cesárea, correspondendo a 46,40% da tipologia de parto. Dados de 2021 apontam que gestantes com o mínimo 4 consultas pré-natais realizadas por enfermeiros, menor o índice de cesarianas. A partir disso, na perspectiva dos profissionais da enfermagem, percebe-se que podem atuar para redução desses índices a partir de consultas de enfermagem, as quais constituem importante instrumento para o pré-natal de qualidade, no qual pode promover a autonomia da gestante em relação ao seu corpo e às suas decisões sobre a via de parto, benefícios e riscos; compartilhamento e discussão de conhecimentos embasados na ciência, mediante educação em saúde, por exemplo, com grupo de gestantes. Sendo assim, percebe-se como a comunicação informacional é um instrumento relevante para redução desses índices. Ademais, estudos apontam que mulheres que passaram por cesarianas têm um menor índice de contato pele a pele e de amamentação na primeira hora, além de terem riscos aumentados de infecções pós-parto. Diante desse cenário, foi possível identificar que os profissionais enfermeiros são promotores de informações imprescindíveis para a escolha da via de partos das gestantes, de modo que proporcione qualidade na assistência individual e coletiva.