Introdução: a terapia fotodinâmica (PDT) antimicrobiana consiste em uma técnica utilizada no tratamento de feridas de difícil cicatrização, como a úlcera venosa. A úlcera venosa é uma complicação da insuficiência venosa crônica e acomete os membros inferiores. Apresenta uma alta prevalência na população adulta, tornando-se um agravo na saúde pública brasileira e representando um desafio para profissionais de saúde, além de impactar na produtividade e qualidade de vida do indivíduo. O tratamento com uso do PDT emprega, concomitantemente, luz (laser de baixa intensidade), oxigênio e um fotossensibilizador, como o azul de metileno, e objetiva a redução dos microrganismos com ação específica nos tecidos desvitalizados, sem danificar os tecidos saudáveis. Objetivo: relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem a partir da utilização da técnica PDT em úlcera venosa em usuários da Clínica de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte no município de Santa Cruz, Rio Grande do Norte. Metodologia: inicialmente, o paciente é acolhido pelo profissional de saúde e estudantes para o acompanhamento da ferida e suas modificações durante o tratamento. Após o acolhimento, inicia-se o processo de terapia tópica, que envolve a limpeza da perilesão e bordas com soro fisiológico a 0,9% e sabonete líquido com PHMB (Cloridrato de Polihexametileno Biguanida). O leito da ferida é irrigado apenas com SF 0,9% em jato. Em seguida, faz-se a aplicação do azul de metileno a 1% no leito da ferida e a irradiação com o laser de baixa potência vermelho, com fornecimento de 9 joules de energia de forma pontual (distância de um ponto para outro de 1,5 cm). Após isso, utiliza-se a cobertura primária, de acordo com a necessidade da lesão, e a cobertura secundária com gazes secas e atadura. Resultados: o mecanismo de ação da PDT tem se mostrado satisfatório no processo de cicatrização de úlceras venosas estagnadas, infectadas ou com colonização crítica. Os pacientes relataram alívio da dor depois da terapia. Considerações finais: a PDT apresenta-se promissora e com inúmeras vantagens, como o custo, a ausência de efeitos colaterais e ausência de resistência bacteriana. Ressalta-se, porém, que ela não substitui fármacos antimicrobianos ou outras formas de tratamento convencional, se constituindo como uma importante modalidade de tratamento complementar prestado à pessoa com ferida.