LogoCofen
Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
DESCREDIBILIZAÇÃO DA PARTURIENTE DURANTE O PROCESSO DE PARTO/NASCIMENTO NO HOSPITAL
Relatoria:
Mayrla Vitória Dunga Maia
Autores:
  • Jaqueline Queiroz de Macedo
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologia, empreendedorismo e inovação no cuidado em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: As práticas de parto no Brasil sofreram transformações ao longo dos anos, com uma alta medicalização incluída, principalmente em meados do século XX. É notável o quanto a instituição (hospitalar ou clínica) pode afetar o bem-estar biopsicossocial do ser. Para a parturiente, um ambiente acolhedor e seguro está diretamente relacionado com a evolução do processo de parto. Todavia, gestantes que se sentiram descredibilizadas ao realizar o parto em ambiente institucional evidenciam práticas coercitivas e desrespeitosas, que as motivaram ao parto domiciliar. OBJETIVO: Descrever, conforme a literatura, vivências de descredibilização da mulher no parto institucional que motivaram a escolha pelo parto domiciliar. METODOLOGIA: Revisão de literatura do tipo Scoping Review, a partir da questão norteadora “Quais as motivações para escolha do parto domiciliar?" Em maio de 2023, realizou-se a busca da produção científica Portal de Periódicos CAPES abrangendo as bases: MEDLINE, CINAHL e SCOPUS empregando os descritores “Normal delivery” ou “Natural delivery” e “Homebirth” ou “Free birth” ou “Unassisted home birth”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre as vivências de descredibilização maternas em parto institucional estão: atuação de profissionais com abusos de autoridade, agressões psicológicas, sexuais e físicas, ausência de autonomia no cuidado da mulher ao próprio filho que acabara de nascer; a coerção hospitalar, as gestantes se sentem pressionadas a aderir a procedimentos médicos e intervenções que não desejam ou não consideram necessárias no seu parto, como o estímulo ao parto cesárea, e isso é feito tanto por profissionais quanto pela família; a solidão vivida pela gestante associada ao medo, por sentirem-se inseguras num ambiente percebido como impessoal e pouco acolhedor; desrespeito e discriminação sofridos ao tentar expor seu posicionamento sobre seu corpo e seu filho; práticas rígidas e um sistema baseado no medo à gestante causam elevação da vigilância das mulheres com sua gravidez e descrença no sistema. As políticas hospitalares inflexíveis são um fator das práticas institucionais coercitivas, pois interferem no atendimento limitando a liberdade da mulher, regulam a autonomia no parto e desencorajam a gestante a escolher aquele local para parir. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As vivências para a escolha do parto domiciliar se pautam na experiência sofrida ou percebida da violência obstétrica e descredibilização da mulher em partos em instituições.