A morte é um evento universal, está presente na vida do ser humano, porém ainda existe uma tendência de evitação para discussão do tema. Por ser complexo e por possuir diferentes dimensões, refletir durante o processo de formação sobre os conceitos, percepções, medos e angústias relacionadas ao assunto pode contribuir para o enfrentamento da situação pelos futuros profissionais de enfermagem. Ante o exposto, pretendeu-se neste estudo identificar fatores relacionados ao medo da morte e o conhecimento relacionado ao processo de morte e morrer em acadêmicos de enfermagem de uma Instituição Pública Federal. Para alcançar os objetivos propostos optou-se por uma abordagem quantitativa, exploratória e descritiva com utilização do instrumento de Escala de Medo da Morte de Collett-Lester adaptada à cultura brasileira, contendo 28 itens, e um questionário semi estruturado sobre o conhecimento do processo de morte e morrer. A população do estudo foi de 52 estudantes matriculados no último ano do curso de enfermagem no semestre de 2022/2. Os dados coletados foram analisados pelo programa Excel/2010 e apresentado em tabelas. Os estudantes de enfermagem apresentam déficits relacionados aos conceitos do processo de morte e morrer, além de sentimentos de medo, tristeza e angústia relacionados à morte. Diante disso, apesar de cursos de graduação em enfermagem terem incorporado disciplinas que oferecem aporte à compreensão do processo de morte e morrer, ainda há carência de reflexão e discussão acerca do tema. Dessa forma, não bastam novas disciplinas ou incorporações de conteúdos sobre o tema da morte para ensiná-la na formação. É necessário, sobretudo, que haja reflexões sobre o sentido da vida e do cuidar, para que sejam abertos espaços à construção do processo ensino e aprendizado, permitindo que os estudantes sejam capacitados para enfrentar essa situação durante a prática profissional.