Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
O PROCESSO DA MORTE E DO LUTO NA PANDEMIA COVID-19: RELATOS DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM
Relatoria:
Ana Luísa Gonzaga Ferreira
Autores:
- Jordana da Silva Souza
- Mariana Crissângila Trigueiro da Silva
- Camila Cavalcanti Vilela
- Jocelly de Araújo Ferreira
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A covid-19 surgiu de forma inesperada e avassaladora, se caracterizando como uma doença altamente transmissível, capaz de sobrelotar hospitais e levar milhares de pessoas a morte, em um curto espaço de tempo. Os profissionais de saúde foram impelidos a se adaptarem a essa nova rotina, de iminência de morte, tanto do outro quanto de si mesmo. Dentro desse contexto, destaca-se os técnicos de enfermagem, responsáveis por prestar a assistência direta aos pacientes e desse modo, foram os que estiveram mais vulneráveis aos impactos advindos da vivência diária do processo de finitude. Tornando-se importante investigar a vivência desses profissionais e as dificuldades enfrentadas. Objetivo: Investigar a vivência do processo de morte e luto pelos técnicos de enfermagem que prestaram assistência a pacientes com covid-19 em UTI. Metodologia: Trata-se de um recorte de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo, produzido com 11 técnicos de enfermagem que prestaram assistência direta a pacientes com covid-19 em UTI, de um hospital universitário na capital paraibana. Os dados empíricos foram coletados entre janeiro e abril de 2022, a partir de uma entrevista semi-estruturada e a análise dos dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo de Bardin. O estudo teve a aprovação do parecer ético de número 5.482.113. Resultados: Ao investigar a vivência do processo de morte e de luto pelos técnicos de enfermagem, identificou-se achados que destacam a quantidade elevada de óbitos a que foram expostos e o sofrimento psicológico gerado “[...] por mais que a gente tente se preparar para o momento de morte, ninguém estava preparado para o que a gente viu lá...Perder muitos pacientes num mesmo plantão[...]”. Diante do caráter transmissível e letal da doença, o temor pela própria vida não passou desapercebido pelos profissionais, de acordo com o relato “[...]Nosso maior medo não era de cuidar do paciente, era de se contaminar e morrer[...]”. Ainda, destaca-se a frustração com a profissão “[...]Estou pensando em estudar para sair dessa área, porque eu não quero ver gente morrendo mais não[...]”. Considerações finais: O enfrentamento de um cenário pandêmico tão assolador, face ao processo de morte nas UTI, trouxe prejuízos significativos a vida dos profissionais, seja de ordem mental, física ou laboral. Dessa forma, alerta-se para a necessidade de um apoio multidisciplinar a estes profissionais, para que reestabeleçam o bem-estar e a qualidade de vida.