Introdução: Os Centros de Parto Normal (CPN) se configuram como unidades de atendimento ao parto normal de risco habitual e que seguem as normas preconizadas pelo Ministério da Saúde, representando uma iniciativa política estrutural em prol da garantia de um novo modelo de assistência obstétrica. No CPN, ao receber a parturiente e seus acompanhantes, se faz necessária a presença da equipe de saúde, destacando-se atuação da equipe de Enfermagem, que deve permitir um trabalho de parto ativo e participativo, empregando práticas em saúde baseadas em evidências e priorizando o protagonismo e autonomia da mulher, sendo tais características que os diferenciam dos serviços tradicionais de atenção obstétrica. Objetivo: Relatar a experiência de enfermeiros no cuidado centrado à mulher no Centro de Parto Normal recém implantado do Hospital Universitário Ana Bezerra. Método: Trata-se de um relato de experiência utilizando a observação e vivência do cuidado desempenhado no Centro de Parto Normal de uma Maternidade Escola do interior do Rio Grande do Norte. Resultados: Entre as características dos cuidados prestados pelos Enfermeiros Obstetras na unidade com participação de alunos de graduação e pós-graduação, destacam-se: o acolhimento da mulher e de seus acompanhantes, a avaliação de todas as condições de saúde e clínica materna e do feto adotando tecnologias apropriadas na assistência e tomada de decisão, a valorização da autonomia e protagonismo da mulher, a ambiência favorável ao parto e nascimento de evolução fisiológica, a garantia da presença do acompanhante de escolha da mulher, a adoção de práticas baseadas em evidências científicas como: oferta de métodos não farmacológicos de alívio da dor, liberdade de posição no parto, preservação da integridade perineal do momento da expulsão do feto, contato pele a pele mãe recém-nascido, apoio ao aleitamento logo após o nascimento, entre outras, bem como o respeito às especificidades étnico-culturais da mulher e de sua família. Considerações finais: Os Centros de Parto Normal oportunizam ricas experiências assistenciais e de ensino para os profissionais, estudantes da área da enfermagem e principalmente trazem benefícios às mulheres neles atendidas, além da fuga do modelo assistencial mecanicista e intervencionista do parto hospitalar que perpassa os séculos, propondo-se uma assistência integral e humanizada, respeitando a fisiologia do parto e da mulher.