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Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
ÚLTIMO CUIDADO: OLHAR DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM NA PREPARAÇÃO DO CORPO DURANTE O COVID-19
Relatoria:
Mariana Crissângila Trigueiro da Silva
Autores:
  • Jordana da Silva Souza
  • Ana Luísa Gonzaga Ferreira
  • Camila Cavalcanti Vilela
  • Jocelly de Araújo Ferreira
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O profissional de saúde trabalha entre a linha tênue da vida e da morte, considerado um tema sensível para boa parte da população. A pandemia que se alastrou pelo mundo no final de 2019, trouxe mudanças irreparáveis para a sociedade, dentre elas, a preparação do corpo pós morte, uma vez que impossibilitou os momentos de despedida entre os familiares, sob o risco de contaminação. Nesse sentido, cabe destacar o papel dos profissionais de enfermagem, em especial dos técnicos, nesse último momento de cuidado. Objetivos: revelar como os técnicos de enfermagem encararam o preparo do corpo sem vida como um dos procedimentos na assistência ao paciente covid-19. Método: Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, descritiva, de natureza exploratória. O cenário foi um Hospital Universitário na cidade de João Pessoa-Paraíba, no qual foram entrevistados 25 técnicos de enfermagem que promoveram o cuidado ao paciente na unidade de terapia intensiva covid-19. A coleta temporal dos dados ocorreu entre os meses de agosto de 2022 a fevereiro de 2023, por meio de uma entrevista guiada por roteiro. A pesquisa foi enviada e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa, com o perecer nº 5.482.113 e obedeceu aos critérios estabelecidos pela Resolução 466/12 que regulamenta os estudos envolvendo seres humanos. Resultados: Dentre os 25 entrevistados, apenas 04 (16%) verbalizaram sobre o preparo do corpo no pós-morte como um dos procedimentos realizados durante os cuidados no período pandêmico. É possível identificar a ausência de preparo sobre o assunto, o medo da contaminação no ato do manejo, assim como os abalos psicológicos vivenciados por esses profissionais, como as causas para não aceitação desse procedimento no cuidado. Considerações finais: Os vários óbitos oriundos do covid-19, vivenciados pelos profissionais técnicos de Enfermagem, ocasionaram intensas vulnerabilidades nesses profissionais. Portanto, fica evidente a necessidade de trabalhar o processo da morte dentro das salas de aula, bem como nos locais de trabalho. Somado a isso, o convívio com uma equipe de psicólogos nos hospitais, auxiliará no fortalecimento da saúde mental dos profissionais e impactará positivamente na assistência deles ao paciente crítico.