A visita domiciliar promove a interação no cuidado em saúde durante a prestação de assistência no ambiente domiciliar, permitindo ao Enfermeiro conhecer o contexto sociocultural do indivíduo e sua família e assim identificar suas necessidades de saúde, situações de vulnerabilidade social e singularidades culturais. Entre os locais de atuação do Enfermeiro encontram-se as comunidades quilombolas. De acordo com dados do IBGE, até o ano de 2019, existiam cerca de 6.000 comunidades quilombolas no Brasil. A formação dessas comunidades está associada à ancestralidade africana e sua trajetória histórica no país, com populações, muitas vezes, vivendo em marginalização socioeconômica, condições de vida e saúde precárias, acesso insatisfatório aos serviços de saúde, etc. Este estudo preliminar visa analisar a visita domiciliar do Enfermeiro como instrumento de promoção à saúde em comunidades quilombolas. Trata-se de uma revisão bibliográfica com levantamento de produções publicadas em periódicos nacionais nos últimos cinco anos. Foram selecionados trabalhos na base de dados SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde Brasil, a partir dos descritores: Enfermagem, Visita Domiciliar e Comunidades Quilombolas. No levantamento, observou-se uma escassez de publicações que enfocassem o tema. Foram encontrados 25 artigos científicos, mas apenas 03 destes abordavam diretamente a temática visita domiciliar em comunidades quilombolas. Os artigos discutiam a visita domiciliar à população geral e os materiais relacionados às comunidades quilombolas, em sua maioria, apresentavam foco ambulatorial, voltado ao atendimento de puericultura e/ou saúde reprodutiva. Conclui-se que a atuação do Enfermeiro na visita domiciliar nessas comunidades ainda não é abordada ou tratada com a importância devida na produção acadêmica. Nesse sentido, a literatura apresenta lacunas na discussão da temática, apesar da importância da atuação do Enfermeiro na compreensão das singularidades desses grupos populacionais e das relações entre raça e etnia nas condições de vida e vulnerabilidade dessas populações. Desse modo, evidencia-se a necessidade de ampliar o estudo científico sobre o tema, contribuindo assim para a melhoria da assistência a essa população e orientação de políticas públicas.