LogoCofen
Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
A PRECÁRIA EDUCAÇÃO SOBRE O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DA MALÁRIA NA CONSTRUÇÃO DA FERROVIA MADEIRA-MAMORÉ
Relatoria:
Crisalda Eslita Silva Slveira
Autores:
  • Luciana Dantas Farias de Andrade
  • Wanderson Yure de Lima Silva
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A comercialização do látex das seringueiras da Floresta Amazônica e o contexto político do século XIX criaram o terreno fértil para construção de uma ferrovia entre Porto Velho (RO) até a fronteira boliviana em Guajará-mirim (RO) para o escoamento da produção. Entretanto, a execução do projeto na floresta foi insalubre ceifando a vida de 1.593 trabalhadores entre os anos de 1907 até 1912, registrados pela companhia. A malária vitimava o maior número de doentes que se amontoavam em barracas improvisadas e em 1908 no Hospital da Candelária que fora erguido para abarcar as necessidades sanitárias da construção ferroviária.A malária é adquirida após a picada de um vetor, a fêmea do mosquito de gênero Anopheles infectada pelo protozoário Plasmodium e os sintomas da doença são a febre, calafrios, sudorese, tremores e cansaço invalidavam rapidamente os trabalhadores e o tratamento com sais de quinina era demasiado expressivo e dificultoso pela localização das instalações da ferrovia. Objetiva-se explanar a realidade do processo de adoecimento da malária na construção da ferrovia Madeira-Mamoré na Floresta Amazônica no ano de 1907. Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória com abordagem qualitativa do tipo levantamento bibliográfico utilizando o álbum fotográfico de Dana B. Merril, View of reviews or scenes as seen by Engineers, Tropical tourist, Global Trotters, Knights of fortune and Tramps: Madeira-Mamoré Ry. Brazil, South America, pertencente à Biblioteca Nacional, e em acervo de livros físicos .As doenças tropicais assolavam as margens da ferrovia além da malária como o sarampo, febre amarela, beribéri, ancilostomíase e pneumonia. A construtora empenhou-se na ida do médico Oswaldo Cruz e seu colega Belizário Penna para um diagnóstico situacional em 1910, onde deixou claro a negligência existente na região com as endemias. Nota-se, em pesquisa, que os trabalhadores não usavam roupas de mangas longas para proteção contra os mosquitos, diferente dos senhores, suas esposas e do corpo de enfermagem que usavam roupas teladas contra os mosquitos. Ademais, não há relatos do uso de inseticidas ou repelentes naturais, os trabalhadores eram tratados de maneira medicamentosa com a instalação da doença e nada se fazia para prevenir o contágio.A educação acerca do processo saúde-doença da malária e endemias, na região da construção da ferrovia Madeira-mamoré não é registrado na literatura, contado em detalhes a visão biomédica e hospitalocêntrica do adoecimento.