Introdução: O Enfermeiro de Prática Avançada (EPA) é um profissional que adquiriu uma base de conhecimento especializado, habilidades complexas para tomada de decisão e competências clínicas para prática expandida, cujas características são moldadas pelo contexto no qual está inserido. Neste tocante, muitos países adotaram estratégias para inserir o EPA na Atenção Primária à Saúde (APS) como alternativa para alcançar as prioridades estabelecidas neste âmbito do cuidado. Objetivo: Compreender os fatores contextuais que influenciam no desenvolvimento e na implementação da prática avançada de enfermagem na Atenção Primária à Saúde. Metodologia: Foi realizada uma Análise Documental no período de maio a outubro de 2022 através das bases de dados Scopus, ScienceDirect, PubMed, Web of Science e CINAHL, sendo extraídos artigos de revistas científicas disponíveis eletronicamente. Os documentos foram selecionados a partir da avaliação preliminar. Para a coleta dos dados, utilizou-se um roteiro previamente definido, direcionado ao objetivo da pesquisa. Resultados: A ampliação da prática clínica dos enfermeiros contribui para melhorias na prestação da assistência fornecida aos usuários, maior adesão ao tratamento e consultas com maior tempo de duração. Em consonância, os profissionais de enfermagem adquirem mais respeito e autonomia na execução de suas funções, com ampliação do corpo de conhecimentos da profissão. A compreensão sobre os papéis, o apoio da gestão e a aceitação do enfermeiro de prática avançada por outros profissionais foram identificados como um incentivo à implementação e ao desenvolvimento das competências. Todavia, alguns entraves são identificados em sua implementação, como o déficit de conhecimento em relação aos seus papéis e o desconhecimento acerca de legislação vigente em seu país, salário inadequado, resistência dos médicos e limitações na prescrição. A inexistência de limites no escopo de prática pode resultar em cuidados de enfermagem comprometidos, sendo impreterível a preparação do corpo docente e a promoção de reformas curriculares para enfatizar a APS e, a criação de programas para treinar esses profissionais. Considerações finais: É imprescindível que os órgãos reguladores, governo, secretarias de saúde, universidades e os grupos de interesse, sejam envolvidos em um processo de consenso, que possibilite promover estratégias para implementar os papéis dos EPAs, fornecendo suporte para essa estratégia inovadora.