Introdução: A diminuição da mortalidade materna é um objetivo a ser alcançado através das políticas e programas voltados à saúde materna. Óbitos maternos configuram uma das mais graves violações frente à saúde e direitos das mulheres, por se tratar muitas vezes de riscos de saúde que poderiam ser evitados no acompanhamento pré-natal. Objetivo: O objetivo deste estudo, descrever o perfil epidemiológico da mortalidade materna no estado do Ceará entre os anos de 2020-2023. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, de caráter descritivo, realizado através do levantamento de dados secundários disponibilizados pela Plataforma de transparência da gestão pública de saúde do Ceará (IntegraSUS). Os dados acerca da mortalidade materna no Ceará foram coletados de janeiro de 2020 a março de 2023. Foram analisados as variáveis de óbitos por causa materna, faixa etária, raça/etnia e escolaridade. O presente estudo seguiu as normas da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, em que orienta estudos envolvendo dados secundários de caráter público. Resultados: Os índices epidemiológicos revelam que entre 2020 e março de 2023, foram notificados 410 óbitos maternos no Ceará, com uma razão de mortalidade de 107.84. No que se trata a escolaridade, 17.98% (164) dos óbitos maternos foram de mulheres com ensino fundamental incompleto, seguidos por ensino médio com 12.39%. Mulheres pardas representam 33.33% de todos os óbitos maternos notificados. Em relação à faixa etária e óbitos por causas maternas, mulheres entre 20 e 39 anos, representam 37.17% dos casos de óbitos maternos, entre as causas de óbitos maternos, estão doenças infecciosas (20.05%), doenças hipertensivas (9.07%) e causa tardia (6.21%). Considerações finais: Os dados revelam a importância do acompanhamento de pré-natal, para assegurar a prevenção e controle de doenças durante a gestação que podem causar óbitos maternos. Além de evidenciar que os óbitos prevalecem em mulheres pardas e com baixa escolaridade.