Introdução: existe uma grande variedade de determinantes individuais, biológicos e sociais que tem sido associada a agrupamentos de casos de tuberculose (TB). Em áreas endêmicas para TB, entres os fatores de risco inclui-se o Diabetes mellitus (DM), visto que o DM afeta negativamente o controle da TB, pois contribui para aumento nas taxas de infecção pelo Mycobacterium tuberculosis. Para compreender os fatores de risco epidemiológicos que envolvem a coexistência de ambas as doenças em determinados territórios utiliza-se tecnologias de geoprocessamento. Objetivos: identificar áreas vulneráveis à ocorrência da comorbidade tuberculose-diabetes mellitus em município do nordeste brasileiro utilizando a estimativa de kernel. Metodologia: trata-se de um estudo ecológico realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, relativos aos casos de TB associados ao agravo DM, registrados no período entre 2008 e 2019 que foram coletados em novembro de 2019, junto ao Serviço de Vigilância em Saúde da Unidade Gestora Regional de Saúde de Imperatriz. Inicialmente foi realizada a geocodificação dos casos utilizando o software TerraView e a ferramenta Batch Geocode, em seguida realizou-se a análise descritiva do comportamento espacial dos eventos foi realizada com intuito de verificar a intensidade da ocorrência dos casos de TB-DM por meio da estimativa de Kernel, que permite a visualização dos padrões espaciais, o que facilita a identificação das áreas de concentração dos agravos, conhecidas como “áreas quentes”, no caso deste estudo, indica as áreas com maiores densidades de casos da comorbidade TB-DM, para isso utilizou-se o software ArcGis 10.5. Resultados: verificou-se uma distribuição espacial heterogênea, variando de 0,00 a 4,12 casos/km2, tal distribuição ocorreu desde a área central da zona urbana, com dispersão para nordeste, noroeste, sudoeste e sudeste do município, em setores censitários circunscritos aos bairros Centro, Nova Imperatriz, Santa Rita, São José, Bacurí, Parque do Burití, Vilinha, Parque Alvorada, Vila Lobão e Vila Cafeteira, que apresentaram maior densidade de casos. Conclusão: a maior densidade de casos da comorbidade ocorreu em áreas de maior circulação de pessoas e vulneráveis do ponto de vista socioeconômico e ambiental. Tais achados podem subsidiar intervenções de saúde pública, destinadas a reduzir as disparidades de saúde e desigualdades sociais no território investigado.