Introdução: A transmissão vertical (TV) do HIV pode ocorrer durante a gestação, o parto e o puerpério. No Brasil estima-se que a incidência de casos seja 5/100.000 nascidos vivos. Porém, apesar da redução de 50% das taxas de TV nos últimos 30 anos, houve um aumento de 13,4% na incidência de HIV em pessoas de 15 a 19 anos, incluindo mulheres em idade fértil. Diante deste cenário, a Atenção Primária à Saúde (APS) é responsável por adotar medidas de prevenção durante o pré- natal e o puerpério, período em que as mulheres apresentam diversas mudanças físicas, hormonais, psicológicas, ao mesmo tempo que assumem novos papéis e necessitam de cuidado integral e acolhedor às suas necessidades. Objetivos: Relatar a experiência de enfermeiras da APS sobre os cuidados de enfermagem para prevenção da transmissão vertical de HIV. Métodos: Relato de experiência de enfermeiras no cenário da APS, sobre os cuidados de enfermagem adotados durante o puerpério para prevenção da transmissão vertical de HIV em uma unidade de saúde de um município da região Sul do Brasil. Resultados: Durante o acompanhamento puerperal, alguns cuidados foram padronizados pelas enfermeiras, dentre eles, oferta de testagem rápida para ISTs à todas as puérperas e suas parcerias sexuais, incluindo nas consultas de puericultura e demanda espontânea; aconselhamento com abordagem de redução de risco e estímulo ao vínculo, bem como, orientação dos fluxos de Profilaxia Pré e Pós-Exposição e telemonitoramento das mulheres faltosas. Além da sensibilização precoce das soropositivas sobre a impossibilidade de aleitamento materno e a oferta gratuita de fórmulas lácteas infantis até 12 meses. Conclusão: A TV de HIV é um dos principais indicadores que refletem a qualidade da assistência prestada às mulheres e crianças na APS. Portanto, é essencial instituir práticas assistenciais e gerenciais que mantenham a continuidade e efetividade dos cuidados durante o puerpério. O profissional enfermeiro é fundamental para a efetivação de cuidados que reduzam as taxas de TV de HIV, pois são gestores de processos, da assistência e possuem abordagem que facilita o vínculo e identificação dos entraves nos tratamentos propostos.