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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
USO DO GUIA “GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO” (GAM) EM SAÚDE MENTAL: PERCEPÇÕES DA ENFERMAGEM
Relatoria:
ROBSON GOMES DOS SANTOS
Autores:
  • Maysa Kelly de Lima
  • Jaqueline Galdino Albuquerque Perrelli
Modalidade:
Pôster
Área:
Inovação das práticas de cuidado
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Mesmo com os avanços de novos arranjos em saúde mental, se prepondera nos serviços de saúde a primazia do tratamento farmacológico no conjunto de ações dos profissionais de saúde mental, a tal ponto que, por vezes, o tratamento em saúde mental reduz-se apenas aos psicotrópicos. Nesse contexto, a GAM apresenta-se como uma estratégia de alteração das relações de poder para garantir aos usuários efetiva participação nas decisões relativas aos seus tratamentos, o que pressupõe como fundamental o diálogo e a troca entre os atores envolvidos no cuidado em saúde mental. O presente estudo tem como objetivo descrever a experiência de um enfermeiro residente em Saúde Mental como facilitador e ouvinte de um grupo GAM. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. O grupo GAM ocorreu em um serviço da Rede de Atenção Psicossocial do município de João Pessoa (PB), com encontros semanais às quartas-feiras no período da manhã, entre março e novembro de 2018, e teve como mediadores a equipe multiprofissional do serviço e o residente enfermeiro. Para realizar a mediação do grupo se fez necessário ler ‘’Gestão Autônoma da medicação: Guia de Apoio a Moderadores’’, sendo este um orientador das práticas do funcionamento do grupo. A dinâmica do grupo se deu a partir de metodologias ativas e problematizadoras, permitindo o compartilhamento de experiências entre os usuários e mediadores durante o funcionamento do grupo. Os dados foram analisados a partir das observações sistemáticas do enfermeiro. A partir dos grupos ficou evidente a falta de informações e autonomia dos usuários acerca do seu tratamento medicamentoso. A grande maioria deles desconhecem os medicamentos de que fazem uso, o motivo pelo qual os utilizam e os efeitos destes no organismo. Muitos usuários relataram não sentir-se bem utilizando algumas das medicações. Emergiram questões no cotexto do estigma, rede de apoio e família. Importante destacar que para cada problemática levantada pelos usuários, estratégias foram desenvolvidas para melhora da cogestão e qualidade de vida. Conclui-se que, a GAM, além de repercutir no tratamento de saúde mental, é uma ferramenta potente para a construção de autoconhecimento dos usuários, mudanças de estilo de vida, ampliação de redes de apoio e autonomia. Os grupos de saúde mental são instrumentos de intervenção psicossocial e se constituem uma importante estratégia para produção de cuidado pelo enfermeiro.